Zara condena comentários antipalestinos
A varejista de moda Zara condenou, na terça-feira, os comentários antipalestinos feitos por uma de suas estilistas depois de uma ameaça de boicote à linha de roupas espanhola nas redes sociais.
Vanessa Perilman, a designer-chefe do departamento feminino da Zara, entrou em uma discussão online com a modelo Qaher Harhash, que é palestina, sobre sua defesa do povo em Gaza.
“Talvez se o seu povo fosse educado, eles não explodissem os hospitais e escolas que Israel ajudou a pagar em Gaza”, escreveu Perilman a Harhash no Instagram. “As pessoas no meu trabalho sabem a verdade sobre Israel e a Palestina e NUNCA vou parar de defender Israel. Pessoas como você vêm e vão, no final”, escreveu Perilman. “Os israelenses não ensinam as crianças a odiar nem atirar pedras nos soldados como seu povo faz”.
Em uma entrevista em Berlim na quarta-feira, Harhash disse que ficou, inicialmente, surpresa que alguém com tanta influência na moda como Perilman se relacionasse com ela de maneira tão grosseira. Harhash postou capturas de tela das mensagens de Perilman no Instagram, que se tornaram virais.
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Postagens exigindo a demissão de Perilman e pedindo um boicote à Zara foram compartilhadas dezenas de milhares de vezes nas redes sociais logo após as postagens da modelo.
Perilman pareceu voltar atrás depois que seus comentários iniciais se tornaram virais, escrevendo para Harhash que ela sentia muito. “Bem, eu acho que isso remonta ao velho ditado que minha avó dizia que é ‘a raiva é o começo do mau julgamento'”, ela escreveu em mensagens diretas que Harhash também compartilhou no Instagram. “Eu sinto muito. Eu realmente espero que você possa me perdoar”.
Harhash exortou todos na indústria da moda a se levantarem contra o sentimento antipalestino. “Geralmente vemos marcas se posicionando contra o antissemitismo, mas também é hora de vermos marcas se posicionando contra o antipalestinismo”, disse a modelo nascida e criada em Jerusalém Oriental. “E isso é algo que deve ser abordado”. Harhash disse que a Zara poderia usar esta oportunidade para alcançar os palestinos e a grande comunidade muçulmana.
Em nota à NBC News a empresa dona da marca Zara, a Inditex, disse que “não aceita qualquer desrespeito a qualquer cultura, religião, país, raça ou crença”.
“A Zara é uma empresa diversificada e nunca devemos tolerar qualquer tipo de discriminação”, continuou a empresa. “Condenamos esses comentários que não refletem nossos valores fundamentais de respeito mútuo e lamentamos a ofensa que eles causaram”. A empresa não mencionou planos de demitir a designer.
Fonte: NBC
Foto: Leitonmahillo, CC BY-SA 3.0 (Wikimedia Commons)
Gosto muito de seus artigos e informacoes, sempre imparciais e como dizem aqui, al ha inyan. Parabens, oferecer aos olim chadashim informacoes, quando ainda nao dominamos a lingua.