Yom Kipur, dia de reflexão
Por David S. Moran
O dia de Yom Kipur, para os judeus do mundo todo, é um dia especial. Seja religioso ou não. É um dia que a maioria das pessoas respeita, uns vão a sinagoga e jejuam, outros param suas atividades e se compenetram sabendo que o dia é diferente. Uns fazem reflexão individual e coletiva nas Sinagogas, outros fazem reflexão em casa. Todos pensam nos atos bons e ruins que fizeram durante o ano que passou e querem melhorar seus atos, para não pedir desculpas se agiram mal, intencionalmente ou não, com alguem e pedem para que o ano entrante seja melhor.
No Estado de Israel, o dia de Yom Kipur é singular e o que acontece no Estado Judeu naquele dia, não ocorre em nenhum outro país do planeta. Já na véspera do Yom Kipur, o modus vivendi habitual está mudando. De repente começa uma paralização geral de um país inteiro. As companhias aéreas e de navegação já sabem de antemão que não poderão aterrizar e ou aportar em Israel por cerca de 30 horas. As emissoras de rádio e TV de Israel param completamente suas transmissões. A partir de meio dia na véspera do Dia do Perdão, os meios de transporte coletivo vão diminuindo suas funções e, cerca de duas horas antes da entrada de Yom Kipur, já estão paralizados completamente. É um dia em que os carros particulares também ficam em casa e as estradas são o paraiso da garotada, para caminhar ou pedalar suas bicicletas, sem ninguém os ameaçar.
Os religiosos se confinam nas sinagogas e os leigos em casa. Uns jejuam por mandamento religioso e outros jejuam por motivos de tradição ou para dar descanso ao aparelho digestivo por um dia, que faz bem a saude. A ordem do dia é a unidade, o respeito mútuo e o desejo de que o ano que ora entra seja melhor do que o ano que passou,com saúde e felicidades.
A Guerra do Yom Kipur
Pelo motivo acima – a paralização total de um país- os líderes do Egito e da Síria, programaram o seu ataque contra o Estado Judeu no dia mais sagrado do calendário judaico. Os sinos não tocaram com a aproximação da guerra. Os sinais, como a saída dos especialistas militares russos e suas familias do Egito e da Síria, os reforços no front egípcio e as manobras, foram vistas pelo oficial-chefe do Serviço de Inteligência na Zona Sul como os habituais, que os egípcios faziam há anos nesta época. Ele foi contestado por um jovem tenente, mas o alto comando aceitou a interpretação do tenente-coronel. O resto é história.
Como sempre, o “mundo” ficou de lado e deixou os exercitos do Egito e da Síria atacarem Israel, invadirem o território que dominavam e matarem seus soldados. O “mundo” sempre fica nas palavras. Pode condenar, mas gente morre. Como ocorre agora com a Turquia matando curdos.
Tudo isto deve nos servir de lição, de sermos fortes, sempre atentos e de confiarmos só em nos mesmos. “Im ein ani li mi li” (“Se não eu por mim, quem por mim”).