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Yom Hashoá Vehagvurá

Por David S. Moran

Na última terça-feira (21), no mundo todo, foram prestadas homenagens em memória do Holocausto (Yom Hashoá Vehagvurá – Dia da Lembrança do Holocausto e do Heroísmo), uma das maiores tragédias da história mundial. Na 2ª Guerra Mundial morreram dezenas de milhões de pessoas. Mas na Shoá (o Holocausto), o carrasco nazista Hitler teve um propósito, exterminar o povo judeu e de fato um terço dos 18 milhões de judeus no mundo foi exterminado. Em 1945, o nazismo perdeu a guerra e o povo judeu ergueu-se da catástrofe, da dor, das cinzas. Em 1948, após milhares de anos, conseguiu obter seu lar nacional, com a independência do Estado de Israel.

Contudo, o antissemitismo e o racismo não sumiram. No caso de Israel, é mais berrante. Nas décadas dos anos 50’ e 60’ do século passado, o recém-criado Estado de Israel, com uma tendência socialista, estendia ajuda a outros países, recém-independentes na Ásia e na África. Sendo pioneiro na agricultura, tinha vantagem, ajudando outros países a abastecer seus povos. As relações com os países africanos eram muito boas e alguns mantinham suas embaixadas em Jerusalém.

Porém, aí param as boas relações. Nos fóruns internacionais, seja por medo de reação do bloco árabe, muçulmano ou mesmo dos “Países Não Alinhados”, votavam contra Israel. Até 1967, muitos países latino-americanos também tinham suas embaixadas em Jerusalém. Depois da Guerra dos Seis Dias, temendo reação árabe, as transferiram para Tel Aviv.

 

Manchetes dos jornais no dia 21/4/2020: Yediot Ahronot: “Nas portas do Inferno fechado”. Maariv:”Nunca mais”. Israel Hayom: “Judeus, voltem para casa.”

Mesmo durante a sinistra e temerosa época do Holocausto, havia pessoas e entidades bem intencionadas que até arriscavam suas próprias vidas para salvar judeus do genocídio.

E também havia nações com admiração para com os judeus, como os chineses (mais de 1.5 bilhão de pessoas). Admiram o povo tão antigo (só existem dois, os judeus e os chineses) que se preservaram durante séculos, mantiveram sua história, tradição, idioma, religião e contribuíram tanto para a humanidade.

Nos EUA há também grande admiração pelos judeus, que são parte integral de sua sociedade, com expoentes nas áreas das ciências, economia, artes, acadêmica, etc. Apesar disso, há muitos elementos antissemitas. Possivelmente, muitos dos antissemitas jamais viram ou conhecem um judeu, desde os campos gelados da Alaska, até os campos desertos de Texas. O preconceito foi embutido, às vezes em certas igrejas ou em grupos segregacionistas.

O mesmo ocorre entre os países muçulmanos. Escrevi muitas vezes da ingratidão dos palestinos, que recebem ajuda israelense para sobreviver e ter melhores condições de vida e não dos seus irmãos árabes e/ou muçulmanos, mas criticam e em fóruns internacionais pedem a condenação de Israel, mesmo sabendo que o que alegam não tem fundamento.

O processo de tapar os olhos sobre o que ocorreu na 2ª Guerra Mundial entre os países Ocidentais acontece também atualmente. Quem ajuda os palestinos em campanhas anti-israelenses, são países Ocidentais, supostamente amigos de Israel e que têm muito mais valores em comum com Israel do que com os palestinos e/ou muçulmanos. É inacreditável como os europeus e outros “babam” quando um país membro da ONU, como o Irã, fala abertamente de que tem como objetivo exterminar o Estado de Israel, também membro da ONU, e não protestam. As organizações palestinas como Hamas e Jihad Islâmica falam abertamente que almejam a liquidação do Estado Sionista e até mesmo a Autoridade Palestina, na sua constituição, tem o mapa que exclui Israel. Não só não protestam, mas há inúmeros estudos de que países europeus, entidades governamentais e ONG’s da França, Alemanha, Suíça, Bélgica, Inglaterra, Holanda, Noruega, Suécia e outros que tem boas relações com o Estado de Israel, apoiam financeiramente e politicamente atividades palestinas contra Israel.

É um absurdo, que após apenas 75 anos do fim do Holocausto países que fizeram “mea culpa” continuam de um modo a agir contra o Estado Judeu.

Inúmeras vezes, relatei privilégios que os palestinos recebem da comunidade internacional e não dá para entender por que eles os têm. Alguns exemplos: no recinto da organização mundial para promover a paz, a ONU, entra o líder palestino, Arafat, fardado e com revólver a tiracolo. Nem antes e nem depois aconteceu ato tão hipócrita, sem protestos. Outro, a ONU tem uma agência para lidar com refugiados do mundo todo, a ACNUR. Isto não é bom para os refugiados palestinos. Para estes criaram uma própria, a UNRWA, que é financiada, principalmente, por países do Ocidente. Aos palestinos deram o direito de perpetuar a condição de “refugiado” e nas escolas da UNRWA, lecionam o ódio aos judeus e a destruição de Israel. Só os EUA, além de Israel, protestaram e agiram, cortando verbas à entidade.

Nunca os fóruns internacionais conseguiram dar respostas à discriminação do Estado de Israel frente a todos os demais países do mundo. Entre todos os horrores do mundo, como a das matanças na guerra civil síria, a destruição do Iraque, a fome devido à guerra civil no Iêmen, a falta de liberdades no Irã, Coreia do Norte, ou mesmo a miséria causada pelo regime de Maduro na Venezuela, nos fóruns internacionais colocam Israel na berlinda e sempre há condenação deste país. Isto devido à votação automática, irracional e ilógica. Aí está o perigo. Tiranias do mundo estão apoiadas pelo “bloco certo”, são inocentes e país como Israel é condenado.

Infelizmente, a lição não foi aprendida pela Comunidade Internacional. Há muitas campanhas internacionais – e devem promover muito mais – contra o racismo, antissemitismo, segregacionismo, etc. Mas isto não surte o efeito desejado. Isto, só demostra que Israel deve confiar apenas em si e ser forte para não permitir que algum país, pense em liquidá-lo.

Não dá para entender porque povos considerados cultos da Europa, como Holanda, Inglaterra, França, Bélgica, Suécia, entre outros, financiam campanhas anti-israelenses e votam geralmente contra Israel, quando conhecem os valores deste Estado, que tem muito mais em comum com eles e não lhes apresenta nenhuma ameaça como poderia ter, por exemplo, de indivíduos ou grupos muçulmanos.

Isto, infelizmente, leva a conclusão de que a terrível lição do Holocausto foi registrada, mas não aprendida. Nada nos garante que um novo tirano não se esforce neste sentido. O fanfarão líder iraniano Ahmadinejad declarava abertamente que iria destruir o Estado Sionista. Seus seguidores não se atemorizam e buscam obter arma nuclear. Diante das sanções americanas, a França e outros países, sabotaram as ações de Israel e dos EUA e cooperam com o Irã.

A recente história nos mostra que já ocorreram tragédias no mundo – não comparadas ao Holocausto – que passaram despercebidas: o Tibete foi engolido pela China, o Estado de Biafra, refúgio de cristãos da guerra inter-religiosa com os muçulmanos na Nigéria, foi destruído e esquecido. O genocídio de décadas entre os muçulmanos contra cristãos no Sudão. No Camboja, o sangrento regime do Khmer Rouge assassinou milhões, bem como o de Mao Tsé Tung na China e em Ruanda, onde os Tutis massacraram rivais da tribo dos Hutis.

Há que aprender da história para que não se repita. Deve-se ensinar a terrível tragédia que ocorreu durante o Holocausto e promover que pessoas de bem prevaleçam e façam de tudo para que não haja racismo, antissemitismo e preconceitos no mundo. Shoá, Nuca Mais.

Sobreviventes do Holocausto em Israel

Atualmente vivem no país 189.500 sobreviventes, dos quais 77% tem mais de 80 anos, 16% com mais de 90 anos e mais de 800 passaram os 100 anos. O país ajuda os sobreviventes. Todos os medicamentos lhes são fornecidos gratuitamente e, além disso, recebem subvenções.

Correio lança selo comemorativo

Nos dias de hoje, o correio é quase coisa do passado. Até a massificação dos computadores pessoais e da internet, Israel era conhecido por lançar selos bonitos e bem feitos. Esta semana o serviço filatélico lançou um selo comemorativo ao 75º ano da Libertação dos Campos de Extermínio (foto ao lado).

Deputado árabe presta solidariedade

O deputado, líder religioso e dentista, Dr. Mansour Abbas (L.A.C) fez questão de solidarizar-se no Knesset e disse: “Estou aqui e presto minha solidariedade ao povo judeu. O potencial da Shoá obriga-nos, seres humanos a deixar de lado as diferenças nacionais, religiosas e politicas e juntar-nos às vítimas e sentir a dor”. Adicionou: “negar o Holocausto é violação aos princípios do islão… quem não consegue se livrar do racismo, que não toque na Shoá e viole a sua santidade”. Palavras fortes e que todos as implementem.

Foto: Wikipedia

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