Yehud, Berger e mais um refém serão libertados quinta-feira
Israel anunciou, na noite deste domingo, que uma disputa sobre a implementação do cessar-fogo e do acordo de reféns com o Hamas em Gaza foi resolvida, com o grupo terrorista libertando seis reféns esta semana, incluindo a civil Arbel Yehud e a observadora Agam Berger.
Foi divulgado também que o Hamas enviou uma lista dos reféns restantes que serão libertados na primeira fase do cessar-fogo, que dura 42 dias e começou em 19 de janeiro.
Com essas questões resolvidas, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que os militares permitiriam que centenas de milhares de deslocados de Gaza retornassem ao norte da Faixa pela rota Netzarim na manhã desta segunda-feira.
O gabinete de Netanyahu disse que Israel chegou a um acordo com o Hamas após “negociações fortes e determinadas” e reiterou que “não toleraria nenhuma violação do acordo”.
A declaração veio logo após o Ministério do Exterior do Catar divulgar detalhes semelhantes.
Segundo o acordo, Yehud, Berger e um terceiro refém ainda não divulgado serão soltos na quinta-feira. Além disso, mais três reféns serão soltos no sábado, conforme programado.
LEIA TAMBÉM
- 26/01/2025 – Acordo entre Líbano e Israel não foi cumprido
- 26/01/2025 – Reféns libertadas falam sobre cativeiro em Gaza
- 25/01/2025 – Reféns libertadas reencontram os pais
A NBC News informou que Keith Siegel, 65, natural dos EUA, seria solto na próxima semana, embora não houvesse confirmação e não estivesse claro se isso aconteceria na quinta ou no sábado.
Em troca dos reféns, Israel libertará prisioneiros de segurança palestinos, 30 para cada civil e 50 para Berger, incluindo 30 terroristas cumprindo penas perpétuas.
O destino de Yehud se tornou um grande ponto de discórdia na implementação do acordo, com Israel bloqueando o retorno de palestinos ao norte de Gaza depois que o Hamas liberou quatro militares no sábado em vez de priorizar a libertação de mulheres civis como estava no acordo.
Yehud está sendo mantida pela Jihad Islâmica Palestina, que a teria identificado falsamente como pertencente às FDI e exigido que mais prisioneiros fossem libertados em troca dela. A TV Kan relatou, no domingo, que a Jihad concordou em classificá-la como civil, ajudando a resolver a crise.
Em outra medida que ajudou a superar os obstáculos, o Gabinete do Primeiro-Ministro disse no domingo à noite que havia recebido um documento do Hamas informando quais os reféns restantes que deverão ser libertados na primeira etapa do acordo de cessar-fogo ainda estavam vivos.
Meios de comunicação israelenses relataram que a lista do Hamas incluía apenas um número total de reféns vivos, e não um detalhamento sobre cada sequestrado. No entanto, as fontes disseram que o número foi verificado com a inteligência de Israel e não continha “surpresas”.
A mídia informou que Israel acredita que 25 do total de 33 reféns programados para serem soltos na primeira fase estão vivos. Com sete cativos já soltos vivos na semana passada, isso significaria que 18 dos 26 reféns restantes estão vivos, enquanto oito estão mortos.
O anúncio do iminente sinal verde para o retorno dos moradores de Gaza ao norte da Faixa ocorreu depois que dezenas de milhares se reuniram no domingo em uma estrada costeira no centro de Gaza, perto da rota Netzarim, uma área controlada pelas FDI que separa o norte de Gaza do sul.
Pelo acordo de cessar-fogo, o exército israelense deveria permitir que os palestinos retornassem ao norte de Gaza pela estrada al-Rashid a partir de sábado, e deveria se retirar de parte da rota Netzarim, ao longo daquela estrada, até domingo.
No entanto, Israel manteve a passagem fechada, dizendo que não permitiria que os moradores de Gaza chegassem ao norte da Faixa até que o Hamas libertasse Yehud.
Depois que isso foi superado, o porta-voz em árabe das FDI, Avichay Adraee, tuitou que os moradores teriam permissão para retornar para o norte a pé pela rota Netzarim e rua Rashid, na costa, a partir das 7h da manhã desta segunda-feira.
Os veículos poderão passar pela Rua Salah a-Din, no leste, após uma inspeção de segurança, a partir das 9h, disse Adraee.
Adraee também emitiu uma série de advertências aos moradores de Gaza, incluindo não transportar agentes terroristas ou armas para o norte de Gaza; não se aproximar de posições e tropas das FDI em Gaza ou em território israelense; não se aproximar da área da travessia de Rafah e do Corredor Filadélfia no sul de Gaza; e não nadar, mergulhar ou pescar no Mar Mediterrâneo nos próximos dias.
O enviado do presidente dos EUA, Donald Trump, para o Oriente Médio, Steve Witkoff, descreveu os últimos acordos entre Israel e o Hamas como “maravilhosos”, logo após serem anunciados.
“Falei com o presidente sobre isso e ele ficou entusiasmado”, disse Witkoff aos repórteres, elogiando o papel do Catar e de Israel nas negociações. “É um bom dia para os reféns”, disse ele.
Witkoff disse que ficou emocionado até as lágrimas com a libertação de quatro soldados das FDI do cativeiro do Hamas no último sábado, dizendo que a perda de seu próprio filho o ajudou a se identificar com as famílias que esperavam para receber suas filhas de volta. “Esta semana será outro momento como esse. Pareceu solene, mas muito digno”, disse ele.
Oitenta e sete dos sequestrados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro permanecem em Gaza, incluindo os corpos de pelo menos 34 mortos confirmados pelas FDI.
O Hamas libertou até agora sete reféns durante um cessar-fogo que começou neste mês. O grupo terrorista libertou 105 civis durante uma trégua de uma semana no final de novembro de 2023, e quatro reféns foram libertados antes disso.
Oito reféns foram resgatados vivos pelas tropas, e os corpos de 40 reféns também foram recuperados, incluindo três mortos por engano pelos militares israelenses quando tentavam escapar de seus captores.
O Hamas também mantém presos dois civis israelenses que entraram na Faixa em 2014 e 2015, bem como o corpo de um soldado das FDI que foi morto em 2014. O corpo de outro soldado das FDI, também morto em 2014, foi recuperado em Gaza neste mês.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Fotos: Cortesia