Trump anuncia negociações com o Irã
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse a jornalistas, nesta segunda-feira, que ele e o governo Trump estavam trabalhando para garantir um novo acordo de reféns.
“Os reféns estão em agonia. Queremos tirá-los todos. Steve Witkoff é um representante muito capaz do presidente Trump. Ele nos ajudou a fechar um acordo que libertou 25 reféns”, disse Netanyahu após seu encontro com o presidente dos EUA, Donald Trump. “Estamos trabalhando agora em outro acordo, que esperamos que dê certo”.
Trump acrescentou que os Estados Unidos e o Irã estavam iniciando negociações diretas sobre o programa nuclear de Teerã, um anúncio surpreendente depois que autoridades iranianas aparentemente rejeitaram os apelos dos EUA por tais negociações.
O Irã reagiu às exigências de Trump de que negociasse diretamente seu programa nuclear ou seria bombardeado, embora inicialmente tenha deixado a porta aberta para discussões indiretas.
“Estamos tendo conversas diretas com o Irã, e elas já começaram. Vai acontecer no sábado. Temos uma reunião muito grande, e veremos o que pode acontecer”, disse Trump no Salão Oval durante conversas com Netanyahu. “E acho que todos concordam que fazer um acordo seria preferível”, disse Trump. Ele não deu mais detalhes.
Ele então disse que se as negociações não corressem bem, o Irã estaria em uma situação difícil. “Acho que se as conversas não forem bem-sucedidas com o Irã , acho que o Irã estará em grande perigo”, disse Trump. “O Irã não pode ter uma arma nuclear e se as conversas não forem bem-sucedidas, acho que será um dia muito ruim para o Irã”.
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O Ministro do Exterior do Irã, Abbas Araqchi negou a afirmação do presidente Trump de que os EUA e o Irã estavam prontos para iniciar negociações diretas sobre o programa nuclear de Teerã. Segundo Araqchi as discussões em Omã seriam indiretas.
Os alertas de Trump sobre uma ação militar contra o Irã já haviam despertado nervosismo em todo o Oriente Médio, após a guerra aberta em Gaza e no Líbano, ataques militares no Iêmen, uma mudança de liderança na Síria e trocas de tiros entre israelenses e iranianos.
Trump disse que preferiria um acordo sobre o programa nuclear do Irã a um confronto militar e disse em 7 de março que havia escrito ao líder supremo aiatolá Ali Khamenei para sugerir negociações. Autoridades iranianas disseram na época que Teerã não seria intimidada a negociar.
Netanyahu e Trump também discutiram a guerra em andamento em Gaza, os reféns, a ameaça iraniana e as tarifas.
O primeiro-ministro israelense prometeu eliminar o superávit comercial de Israel com os Estados Unidos, uma medida que provavelmente será observada de perto pelos líderes mundiais, já que a política tarifária de Trump agita os mercados globais.
“Pretendemos fazer isso muito rapidamente”, disse Netanyahu. “Achamos que é a coisa certa a fazer, e também vamos eliminar barreiras comerciais”. Os Estados Unidos, o aliado mais próximo de Israel e maior parceiro comercial, tiveram um déficit comercial de US$ 7,4 bilhões com Israel no ano passado.
Pela nova política de Trump, os produtos israelenses enfrentam uma tarifa americana de 17%. Quando perguntado se seu governo planejava reduzir tarifas sobre produtos israelenses, Trump não fez nenhuma promessa. “Fomos enganados e muitos países aproveitaram de nós ao longo dos anos, e não podemos mais fazer isso”, disse ele.
O resultado das negociações tarifárias entre Trump e Netanyahu pode indicar a outros líderes estrangeiros se Trump está disposto a ceder nas taxas e qual a melhor forma de abordá-lo.
Paralelamente à reunião de Netanyahu e Trump, manifestantes pró-Palestina realizaram protestos contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. As mídias sociais documentaram protestos na Grand Central, em Nova York, onde os manifestantes fecharam as entradas e a multidão lotou o saguão da estação. Os manifestantes gritavam “assassino de bebês” e pediam que Trump não caísse na armadilha de Netanyahu.
Vários vídeos mostraram manifestantes agitando bandeiras palestinas enrolados em keffiyahs e gritavam “Israel bombardeia, EUA paga. Quantas crianças vocês mataram hoje?”
O grupo antissionista Neturei Karta participou dos protestos juntamente com manifestantes pró-Hamas.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Jerusalem Post e Reuters
Foto: Avi Ohayon (GPO)