Testemunhas documentam depoimentos de 7 de outubro

Quando Tehila Afota começou a se deparar com os testemunhos horríveis de vítimas dos ataques realizados pelo Hamas, no dia 7 de outubro, sentiu que algo devia ser feito.

“Tudo começou quando comecei a ver postagens no Facebook de pessoas que conheço que sobreviveram à festa e fui exposta a informações chocantes que ainda tinham chegado à mídia”.

“Pensei comigo mesma que seria absolutamente terrível se tudo se perdesse no feed”.

Uma de suas ideias era construir um site que pudesse auxiliar os esforços de diplomacia pública, (Diplomacia pública, no âmbito das Relações Internacionais, é a comunicação com públicos no exterior para estabelecer um diálogo que serve para informar estes públicos).

“Mandei uma mensagem para meu grupo de trabalho e, em segundos, um número incrível de pessoas se envolveu. Eles se tornaram a equipe principal desta iniciativa e, então, mais e mais trabalhadores aderiram. Assim que o site ficou online, fomos abordados por dezenas de outros voluntários”.

The Iron Lions – Testemunhos da Guerra em Israel, 23 de outubro é uma coleção de depoimentos arrepiantes de pessoas que testemunharam os ataques às comunidades, às bases militares e ao festival de música Supernova.

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Os usuários podem percorrer os depoimentos ou escolher alguns específicos de acordo com categorias como assassinato, tortura e tomada de reféns.

“Tivemos muitas entradas no site”, observa Afota. “Já estamos exibindo dezenas de depoimentos do festival, das comunidades e da linha de frente, e também temos depoimentos que ainda não foram divulgados, que estamos trabalhando para tornar acessíveis de forma mais coerente”.

Os dois objetivos da iniciativa, explica ela, são a diplomacia pública e a preservação e documentação de provas. Como tal, o site é acessível e em inglês.

“E também houve outro desenvolvimento interessante. Fui abordada por uma advogada que irá representar famílias no Tribunal Internacional de Justiça em Haia, e ela disse que a iniciativa também poderia ser muito útil do ponto de vista jurídico”, diz Afota.

“Por isso, fizemos ajustes para que os depoimentos sejam admissíveis em juízo. Isso inclui adicionar fontes visuais, entrar em mais detalhes sobre locais e datas, bem como aspectos de segurança do site, para que possamos também auxiliar nessa frente jurídica”.

“Nossa tecnologia permitiu que todo esse processo fosse conduzido de forma rápida e eficiente”, observa Afota. “Nossa tecnologia é muito forte e desenvolvida e, entre outras coisas, nosso modelo sabe traduzir”.

Este recurso permitiu que sobreviventes e testemunhas carregassem seus depoimentos em hebraico.

“Eles tinham acabado de passar por um trauma tão grande e escrever em inglês não era algo com que precisassem se preocupar”, explica ela. “Além de traduzir e documentar os depoimentos, a tecnologia permite exportá-los para o formato Stories, para que sejam mais fáceis de compartilhar para fins de diplomacia pública”.

“Três minutos depois de lançarmos o site, recebi uma mensagem de que ele já estava sendo compartilhado no grupo de WhatsApp do Kibutz Be’eri”, diz ela, referindo-se a uma das comunidades massacradas.

“Atingiu volumes que simplesmente não esperávamos e agora também estamos sendo abordados para cooperações de todos os tipos”, acrescenta ela.

“Isso realmente causou ondas de uma forma que não prevíamos, e tudo isso vai ajudar a cumprir nosso objetivo, lembrar e nunca esquecer, e também, ajudar as pessoas a receberem justiça mais tarde”.

Fonte: Revista Bras.il a partir de ISRAEL21c
Foto: The Iron Lions