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Terroristas não devem ser recompensados com um Estado

Por Deborah Srour Politis

Por cinquenta anos, muitos líderes e políticos do mundo inteiro têm promovido a ideia de que “não há alternativa para o conflito no Oriente Médio a não ser a criação de um estado palestino, ou seja, a “solução de dois estados”. Mas nenhum destes líderes ou políticos mundiais se pergunta, ou pergunta a outros se isso seria viável, apesar do terrorismo contínuo e do fato de que tal estado será administrado por terroristas comprometidos com a destruição de Israel.

Aqueles que não vivem em Israel não têm ideia do que o israelense passa todos os dias. É o que nos faz acreditar que continuamos aqui por milagre.

Na sexta-feira à noite, dois carros bomba dirigidos por palestinos de Hebron, detonaram antes do previsto, não alcançando os alvos pretendidos de Gush Etsion e Karmei Tzur e custando apenas as vidas dos terroristas. Na manhã do sábado, houve um tiroteio também na região de Hebron. Hoje pela manhã (01/09), três policiais israelenses foram mortos quando terroristas em um carro atiraram na van que os levava. Em cima disto tudo, os ataques incessantes de mísseis do Hezbollah ao norte de Israel.

Mas ontem também encontramos os corpos de outros seis reféns em um túnel em Gaza. E este é o incidente mais triste de todos. É triste porque estes reféns foram sumariamente executados pelo Hamas esta semana para que o exército de Israel não os resgatasse em vida. Eles foram mortos logo após Israel ter libertado o refém Kaid Farhan Elkadi, de 52 anos, um beduíno muçulmano.

E o que Israel está fazendo hoje em Gaza? Está facilitando a vacinação de milhares de crianças palestinas contra a pólio.

Ontem o Hamas conclamou os palestinos a se mobilizarem, em todas as cidades, vilarejos e campos e incendiar o que puderem. Eles conclamam a todos que têm armas, para apontarem suas balas para o peito dos ocupadores. É com esse tipo de pessoa que o mundo quer que Israel faça a paz, se retire de áreas críticas para sua segurança e profundidade estratégica para que eles formem um estado. E isso sem falar de Jerusalém Oriental. A recusa palestina em reconhecer o direito de Israel de existir e acabar com o terrorismo não é nem mesmo cogitada.

Sabemos que todos os olhos estão em Gaza no momento, mas a situação na Judeia e Samaria é tão preocupante quanto. Hebron fica a apenas 30 km de Jerusalém. Gush Etsion a 24 Km.

Muitos aqui culpam Netanyahu por não conceder tudo ao Hamas para soltar os reféns. Eles argumentam que um tal acordo levaria ao fim do seu governo. Mas os dois ministros que ameaçaram sair da coalisão hoje, pelas pesquisas, estarão muito piores em uma próxima eleição então esta desculpa não faz sentido. E conhecendo Netanyahu, ele nunca poria a vida de jovens israelenses na linha para se manter no poder. Todos nós sabemos que para fazer um acordo, é preciso de dois. É Yahya Sinwar, não Netanyahu, quem está impedindo um acordo porque ele não quer soltar nenhum refém, que são seu seguro de vida.

Aqueles que ainda apoiam a solução de dois estados argumentam que os árabes que se autodenominam palestinos e apoiam o terrorismo têm direito a um estado, que inclui a Judeia, Samaria, Gaza e Jerusalém Oriental, sem qualquer fundamentação. Estas áreas foram libertadas por Israel na Guerra dos Seis Dias em 1967. Foram liberadas e não conquistadas por que em todas elas havia comunidades judaicas milenares que foram expulsas em 1948. Em outras palavras, os judeus estavam lá há mais de 3 mil anos, foram expulsos por 19 anos e são eles os colonos?

Essa obsessão se baseia na narrativa palestina da “Nakba” ou a catástrofe da fundação de Israel e de seu fracasso de aniquilar o Estado Judeu em 1948; “O Direito de Retorno”, copiado dos judeus, para milhões de refugiados árabes para Israel; e sua reivindicação a tudo o que era chamado de Palestina sob o Mandato Britânico e pela Liga das Nações. A Nakba é a base do Pacto da OLP e da Carta do Hamas e é o fundamento da identidade palestina, não a construção de um estado palestino, mas a destruição de Israel. Renunciar a tais crenças não é apenas improvável; é virtualmente impossível. Disputas sobre território podem ser resolvidas, mas não disputas ideológicas.

Por que, então, já que quase todos os palestinos rejeitam a divisão da terra em dois estados, esta ideia é ainda relevante e por que a alegação é constantemente feita de que não há outra “alternativa?”

“Nenhuma alternativa” é uma crença aplicada unicamente à solução de dois estados. Raramente não há alternativa. Mas este continua sendo um mantra poderoso. O perigo de acreditar neste mantra não está apenas no fato do estado palestino se tornar a única base de negociação, mas legitima organizações terroristas que liderarão tal estado.

O fato é que isso já foi tentado com os acordos de Oslo de 1993 e 1995 e a retirada de todos os judeus de Gaza em 2005. E vimos o que isso deu. Não podemos mais deixar a comunidade internacional continuar com as pressões por concessões políticas e territoriais e oferecer incentivos econômicos na esperança que isso resultará em paz, ou pelo menos o fim da violência. Isso acabou em 7 de outubro.

Arafat quis os acordos de Oslo não para fazer a paz, mas para avançar sua agenda de destruir Israel. Receber concessões territoriais, políticas e econômicas, legitimidade e reconhecimento mundial serviu à sua estratégia.

Em 2000, com a oferta do então primeiro-ministro Ehud Barak em Camp David de dar a Arafat quase tudo o que ele queria, confirmou ao líder da OLP que ele estava certo: Israel estava disposto a se render e se retirar para as linhas do Armistício de 1949. O enviado americano Dennis Ross que presenciou as negociações escreveu que Arafat rejeitou as ofertas de Barak porque o conflito em si era sua própria identidade, e a base da “consciência nacional palestina”.

Dois meses depois ele lançou a Segunda Intifada, que durou até 2005, para impedir uma resolução do conflito. Arafat foi um aproveitador e oportunista. Ele nasceu no Cairo e nunca foi palestino. Mas ele construiu sua personalidade em torno do conflito, conseguindo extorquir bilhões de dólares dos países árabes em troca da promessa que ele não faria ataques contra estes países.

E em vez de ser tratado como um criminoso de guerra, Arafat foi homenageado como chefe da Autoridade Palestina e da OLP. Foi ovacionado nas Nações Unidas em 1974 e ninguém pareceu incomodado quando ele disse que vinha com um ramo de oliveira em uma mão, mas segurando a arma de um guerreiro na outra e para não deixarem que o ramo de oliveira caia de sua mão. E de fato, Arafat foi a única pessoa permitida a portar sua arma na Assembleia da ONU.

Infelizmente, a solução de dois estados é um símbolo de ódio e violência, que foi amplamente aceita como “a única alternativa”. O apoio a esse mantra minou os esforços de Israel para resolver o conflito e levou à ascensão do Hamas, outros grupos jihadistas islâmicos e representantes iranianos, como o Hezbollah e os Houthis.

O apoio à solução de dois estados, portanto, impede qualquer consideração racional de outras propostas que possam ser muito melhores para palestinos e israelenses e para toda a região. Por exemplo: oferecer para eles se mudarem para outros países árabes e muçulmanos, desenvolver entidades sociopolíticas baseadas em tribos/clãs, fazer uma federação com a Jordânia. Enfim, há muitas possibilidades! Mas a exigência de uma visão única dessa famigerada solução de dois estados é uma receita amarga para premiar o terrorismo e continuar o conflito, não para resolvê-lo.

Esta é minha opinião, mas antes de ir, gostaria de lembrar os nomes dos reféns mortos e dos 3 policiais assassinados neste final de semana: Arik Ben Eliyahu, Hadas Branch, e Roni Shakuri, que tinha uma filha chamada Mor que também foi morta em 7 de outubro.

Os seis reféns encontrados são Hersh Goldberg-Polin de 23 anos, Eden Yerushalmi de 24 anos, Almog Sarusi de 27 anos, Alex Lubnov de 32 anos, Carmel Gat de 39 anos, e Ori Danino de 25 anos. Todos morreram baleados na cabeça há 72 horas.

Foto: Shutterstock

Um comentário sobre “Terroristas não devem ser recompensados com um Estado

  • 100% de acordo Débora! Desprezo aos 5a. colunas! Resistência máxima aos “amigos” de Israel com ideias estapafúrdias!

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