“Territórios Ocupados” diz o passaporte britânico
Uma mulher israelense nascida em Jerusalém e com cidadania britânica disse, na quarta-feira, que ficou chocada ao descobrir que seu novo passaporte do Reino Unido exibe seu local de nascimento como “Territórios Palestinos Ocupados”.
Ayelet Balaban, cujo pai é britânico, nasceu no Hadassah Mount Scopus Hospital, em Jerusalém. O centro médico fica dentro do território que formou um enclave israelense entre a Guerra da Independência, de 1948, e a Guerra dos Seis Dias, de 1967, quando as forças israelenses conquistaram a área circundante da Jordânia.
O local do Monte Scopus, que o hospital divide com a Universidade Hebraica, nunca fez parte da Jerusalém Oriental controlada pela Jordânia.
Balaban solicitou seu novo passaporte online e disse que enviou o antigo por correio para o Reino Unido em 23 de maio, dois dias após o fim do conflito entre o Hamas e Israel. Ela disse que recebeu sua nova documentação de volta na noite de segunda-feira.
Ayelet inicialmente pensou que havia cometido um erro ao preencher o formulário online, ou talvez que o fato de agora viver na relativamente nova vila Ganei Tal, fundada por colonos que deixaram o bloco Katif em Gaza durante a retirada de Israel da Faixa em 2005, tivesse contribuído para a troca.
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Balaban disse que seu irmão, que renovou seu passaporte britânico há dois anos, ainda estava registrado como nascido em “Jerusalém”, levando-a a acreditar que esta poderia ser uma nova política.
O local de nascimento exibido para aqueles nascidos em Jerusalém era uma questão polêmica também para cidadãos americanos com dupla identidade, alguns dos quais travaram uma longa batalha legal para ter “Jerusalém, Israel” em seus passaportes americanos em vez de apenas Jerusalém.
Em 2015, a Suprema Corte dos EUA derrubou uma disputa em relação à lei de 2002 que permitiria aos americanos nascidos em Jerusalém ter seu local de nascimento como Israel em seus passaportes americanos. O tribunal decidiu por 6 a 3 que o Congresso ultrapassou seus limites quando aprovou a lei, o que teria forçado o Departamento de Estado a alterar sua política de longa data de não listar Israel como o local de nascimento dos americanos nascidos em Jerusalém.
Mas no ano passado, o então secretário de Estado americano Mike Pompeo anunciou uma mudança na política de longa data do Departamento de Estado, permitindo que os cidadãos americanos nascidos em Jerusalém decidissem se querem “Jerusalém, Israel” em seus passaportes.
Segundo apurou o The Times of Israel, a localização no passaporte seria o resultado de um erro e não é uma indicação de qualquer nova política do governo britânico.
Fonte: The Times of Israel
Foto: Cortesia
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