Talibã aprova projeto de conservação de sinagoga
A sinagoga histórica da cidade de Herat, no oeste do Afeganistão, que se acredita ter sido construída na virada do século 20, deve passar por um projeto de conservação com o apoio do governo talibã, segundo o Art Newspaper, embora os judeus de Herat não vivam lá há décadas.
O projeto de 16 meses que visa evitar o colapso da estrutura da sinagoga Yu Aw, está sendo planejado pela prefeitura de Herat e outras organizações locais, e está sendo financiado com cerca de US$ 500.000 da Aliph Foundation, um grupo suíço que visa proteger patrimônios culturais em áreas de conflito. O micvê comunitário, conhecido como Hammam-e Mosaie, também será reparado no projeto.
A sinagoga Yu Aw, passou pela última vez por uma restauração que durou dois anos e foi concluída em 2009, com financiamento de outra organização suíça. Por alguns anos, serviu como centro educacional para mulheres e crianças, mas foi fechado novamente em 2014 devido à infiltrações.
“Este é um local cultural e histórico, que não é usado como local de culto, e o governo local apoiará sua preservação”, disse Zalmay Safa, chefe do departamento de monumentos de Herat, ao Art Newspaper. “Apesar da mudança de governo, nossos locais históricos permanecem protegidos e não estão de forma alguma ligados a questões religiosas”.
Em 1948, a população judaica de Herat, que já foi de dezenas de milhares, caiu para cerca de 280 famílias. Com o estabelecimento do estado de Israel, muitas dessas famílias se mudaram para Israel ou para os Estados Unidos, e a comunidade judaica local foi embora completamente na década de 1970.
Nas décadas seguintes, quase todos os judeus do Afeganistão deixaram o país, com uma notável exceção – Zebulon Simantov, que nasceu em Herat, recusou-se a deixar o país apesar dos inúmeros riscos de segurança até setembro de 2021, um mês após o Talibã, um regime islâmico radical que os Estados Unidos consideram um grupo terrorista, voltou ao poder. Simantov foi para Israel, onde sua ex-mulher vivia com suas duas filhas enquanto esperava que ele lhe concedesse um divórcio religioso que ele estava retendo.
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“Há muito interesse em preservar e estudar questões relacionadas à cultura e à história”, disse Safa. “Queremos provar que somos tolerantes e aceitamos uns aos outros, buscamos a paz e não somos extremistas”.
Fonte: Jewish News
Foto: Aga Khan Trust for Culture (ARCHNET)