Sudeste Asiático luta contra desinformação
Enquanto a Europa enfrenta uma onda de antissemitismo, incluindo a profanação de sepulturas na França, o Sudeste Asiático está lutando contra a falta de compreensão do que foi o nazismo, o Holocausto e a figura nefasta de Hitler.
Bugigangas adornadas com suásticas estão à venda nos mercados tailandeses e selfies com estátua de Hitler na Indonésia são motivo de orgulho para uma parcela da população – um problema que os críticos atribuem à ignorância e ao fascínio descabido pelo regime fascista.
O Holocausto e o nazismo são ensinados em livros didáticos do ensino médio na Tailândia, mas é “uma pequena porção” das seções de história do mundo, disse Chalermchai Phanlert, um acadêmico do Ministério da Educação.
Segundo Chalermchai, os jovens tailandeses não entendem completamente o contexto europeu da suástica e da história nazista em geral. Em vez disso, os símbolos do Terceiro Reich são usados para vender moda e cultura anti-establishment.
Em setembro, um motel perto de Bangcoc provocou protestos depois que fotos mostraram um retrato de Hitler pendurado em um de seus quartos temáticos.
Emblemas de suástica, selos, bandeiras e outras quinquilharias com tema nazista estão à venda no popular mercado Chatuchak em Bangcoc, enquanto um vendedor no centro turístico Khaosan Road vende camisetas de um Hitler nu curtindo férias na praia.
O entusiasmo pela iconografia nazista e por retratos de Hitler ganharam repreensões em outros países do sudeste asiático. Em 2017, um museu indonésio que permitiu aos visitantes tirar selfies com uma escultura de cera de Hitler cancelou a exposição após a condenação.
O professor de história da Tailândia Tul Israngura Na Ayudhya disse que o fascínio por Hitler tem que ser visto no contexto, acrescentando que a falta de educação é apenas parte do problema. Ele citou Mao Tsé-tung, uma figura cujas políticas custaram incontáveis vidas, mas que tem sido motivo de nostalgia nos últimos tempos.