Sob o brilho do sol de Israel
Por Roni Szuchman
Superman foi uma ideia de dois jovens judeus filhos de imigrantes. Eles deram ao herói o nome kryptoniano Kal-El, que em hebraico significa “todo-poderoso”, inspirado em temas bíblicos e mitológicos. O que dá poderes ao Superman é o sol amarelo da terra. Kal-el, ou melhor, Clark Kent descobriu que era diferente quando criança.
Ao contrário de meus pais e minha filha, eu e minhas irmãs não fomos para o colégio judaico quando criança. Assim como Kal-el, percebi que era diferente quando pequeno, mais precisamente no mictório da escola, eu era o único circuncidado. Ou seja, eu olhava pro meu e achava normal. Olhava pro dos meus amiguinhos e pensava: parece uma bexiga murcha!
Assim foi o resto da minha adolescência e maturidade. Eu sempre era o mais culto, o que falava várias línguas, que já tinha visitado vários países. Era o Superman. E me sinto assim toda vez que vou para lá.
Mas aqui em Israel, assim como Superman em Cripto, seu verdadeiro lar, ele não tem superpoderes. Assim que cheguei em Israel percebi que na média, todos são iguais. Cultos, falam outras línguas, já viajaram para vários países. Percebo agora que só estava no lugar errado.
Não vou mentir, é bom se sentir como o Superman, mas será que Kal-el não voltaria pra casa se ela não tivesse sido destruída? Não tem graça voar solo por muito tempo, ainda que aqui eu não possa voar, me sinto nas nuvens.
Sob o brilho do sol de Israel todos têm os mesmos poderes. Aqui ninguém é bexiga murcha!
Dica útil: Em Israel os heróis não usam capas, usam fardas!