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Smotrich deve cancelar imposto sobre plásticos e bebidas

Em sua primeira decisão como ministro das Finanças, Bezalel Smotrich instruiu seu novo ministério a preparar diretrizes para cancelar o imposto sobre plásticos descartáveis e bebidas açucaradas implementado pelo governo anterior.

O cancelamento deve ocorrer nos próximos dias e foi a primeira decisão oficial de Smotrich, tomada poucas horas após sua cerimônia de posse.

Ambos os impostos foram instituídos pelo ex-ministro da Fazenda, Avigdor Liberman, sobre plásticos, em 2021, e refrigerantes, em 2022.

A intenção do imposto era reduzir o consumo de utensílios de plástico para reduzir a poluição, bem como reduzir o consumo de açúcar, principalmente em famílias de baixa renda, para reduzir o diabetes e outras doenças.

Os políticos ortodoxos acusaram Liberman de mirar intencionalmente na sociedade haredi e alegaram que havia maneiras melhores de afetar o comportamento do consumidor.

O deputado pelo Judaísmo Unido da Torá e presidente do Comitê de Finanças da Knesset, Moshe Gafni, expressou sua satisfação, dizendo que os impostos visavam “antes de tudo prejudicar o público haredi”.

A ex-ministra da Proteção Ambiental e ex-deputada pelo Meretz, Tamar Zandberg, criticou o novo ministro das Finanças.

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“O novo governo está permitindo que políticas mesquinhas destruam o meio ambiente e a saúde. Em vez de avançar, esta decisão nos faz retroceder anos-luz. O cancelamento do imposto contribuirá apenas para a poluição e doenças”, disse Zandberg em um comunicado. Ela conclamou a nova ministra da Proteção Ambiental, Idit Silman, a “se opor de forma decisiva a esse movimento prejudicial”.

A Associação de Médicos de Saúde Pública denunciou no domingo a decisão do ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, baseada no compromisso do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu com os partidos haredi (ultraortodoxos) de cancelar o imposto sobre bebidas doces.

“A decisão do novo ministro das finanças é uma decisão infeliz, lamentável e cega tomada sem discussão ou consulta a especialistas em saúde”, disse a associação, presidida pelo Prof. Hagai Levine da Escola de Saúde Pública e Medicina Comunitária da Universidade Hebraica

As bebidas açucaradas causam diabetes, que é a causa número um de cegueira e danos renais e, em muitos pacientes, leva à diálise renal, amputações de membros, doenças graves e à morte de muitos israelenses, “portanto, justifica-se tributá-los, como é aceito em todo o mundo. A ferramenta de tributação não visa onerar a população, mas, pelo contrário, ajudá-la a se tornar mais saudável”, declarou a associação.

“O significado da decisão é que mais israelenses sofrerão de cegueira, derrame, insuficiência renal e eventos cardíacos devido ao diabetes e à obesidade”.

O setor haredi é consumidor de uma enorme quantidade de refrigerantes adoçados e até coloridos artificialmente. O motivo é que as bebidas são baratas, e são usadas para alegrar o Shabat e feriados.

“A decisão foi tomada sem examinar as consequências para a população e sem discussão com os profissionais dos ministérios das finanças e da saúde. Um ministro das Finanças são e responsável teria feito questão de convocar uma reunião com os profissionais dos Ministérios das Finanças e da Saúde para discutir o assunto antes de tomar uma decisão que prejudicaria toda a população de Israel”, disse a associação.

“É lamentável que haja quem acredite nas mentiras da indústria como se o imposto fosse para prejudicar a população ultraortodoxa e fosse ineficaz, quando os dados dos dois ministérios indicavam que o imposto levava à diminuição do consumo e benefícios para os israelenses, incluindo a população ultraortodoxa”, acrescentou a associação.

A pressão haredi também levou Netanyahu durante suas negociações de coalizão com os partidos ultraortodoxos, a concordar em cancelar o imposto sobre copos, pratos e utensílios descartáveis , destinado a reduzir a enorme quantidade de poluição de plástico e microplástico no solo, no Mar Mediterrâneo e no Lago Kinneret.

Rabinos e políticos haredi também alegaram que tal imposto era uma “punição” aplicada pelo governo anterior aos ultraortodoxos, pois o uso de descartáveis é extremamente comum em famílias numerosas como as da sociedade haredi.

Fonte: The Jerusalem Post
Foto: Canva e PublicDomainPictures

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