Situação de segurança leva a aumento da emigração
Segundo dados da Knesset e do Bureau Central de Estatísticas, publicados neste domingo, houve um declínio significativo na taxa de crescimento da população de Israel em 2024, que caiu de 1,6%, em 2023, para 1,1%.
Essa queda se deve, principalmente, ao aumento significativo da emigração que se seguiu à “complexa situação de segurança”, afirmou o relatório da Knesset.
Cerca de 82.700 israelenses deixaram o país em 2024, e apenas 23.800 retornaram.
O número de emigrantes de Israel disparou pela primeira vez em 2022, de acordo com o relatório, que observou que entre 2009 e 2021, cerca de 36.000 pessoas emigraram de Israel a cada ano, em média.
Em 2022, esse número saltou para 55.300, um aumento de 46% em relação ao ano anterior. O ano de 2024 teve outro grande salto, com 82.700 emigrantes, um aumento de 50% em relação ao ano anterior.
Quase 50% dos que deixaram Israel em 2024 nasceram fora de Israel, observou o centro de pesquisa da Knesset. Cerca de 15% dos que emigraram em 2024 imigraram para Israel entre 2019 e 2023, apenas alguns anos antes de partir.
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O relatório também observou uma diminuição na nova imigração, com cerca de 15.000 pessoas a menos imigrando em 2024 do que em 2023, acrescentou o relatório. Em 2024, cerca de 32.281 novos imigrantes se mudaram para Israel, em comparação com 47.013 em 2023, uma queda de 31%.
O relatório também destacou um estudo da OCDE que mostrou que Israel está entre os destinos menos atraentes para aqueles com diplomas de pós-graduação e empreendedores, quando comparado a outros 35 países.
O Bureau de Estatísticas define um emigrante como um israelense que passou pelo menos 9 meses fora de Israel no ano em que deixou Israel e os primeiros três meses foram passados fora de Israel.
“Apesar da onda de antissemitismo em todo o mundo, a guerra entre Israel e Hamas está desencorajando novos olim de virem para Israel”, disse o parlamentar Oded Forer, em uma reunião do Comitê de Imigração e Absorção da Knesset que discutiu a tendência.
“Apesar dos investimentos e feiras que visam incentivar a imigração de países ocidentais, e apesar da disposição de abrir os processos de imigração, em números absolutos, o número de imigrantes de países ocidentais é menor do que o esperado”.
“Há uma tendência de declínio de startups em Israel”, disse Irit Touitou, cofundadora e sócia da Tech for Israel, depois que a discussão se voltou para o desafio de trazer israelenses instruídos de volta ao país.
“Na última década, o número de funcionários no setor de alta tecnologia cresceu, mas em 2024, estamos identificando uma mudança nessa tendência”, acrescentou.
“Profissionais de alta tecnologia amam o país e querem viver aqui, mas o declínio de investidores no mercado israelense está prejudicando sua capacidade de permanecer. Se a tendência não mudar, Israel perderá sua vantagem social e econômica. O governo deve restaurar a confiança do setor empresarial em Israel”.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Jerusalem Post
Foto: Canva