Sistema de segurança alerta sobre eventos do Dia de Jerusalém
O sistema de segurança alertou o escalão político que a realização dos eventos programados para o Dia de Jerusalém poderia inflamar ainda mais a parte oriental da cidade e levar a uma escalada na área, dada a tensão dos últimos dias.
Ao avaliar a situação com o escalão político e outros órgãos de segurança, altos funcionários disseram que devem ser tomadas medidas para alterar a data do tradicional desfile da bandeira, ou pelo menos, reduzir o número de participantes e alterar a rota da marcha para que não passe por áreas sensíveis.
O sistema também alertou contra a subida de judeus ao Monte do Templo amanhã, o que, segundo fontes, pode levar a tensões de segurança em Gaza e na Cisjordânia.
Ontem foi anunciado que a polícia deverá permitir que a marcha da bandeira aconteça amanhã e passe pelo Portão de Nablus e pelo Bairro Muçulmano a caminho do Muro das Lamentações. De acordo com a decisão do Comandante do Distrito de Jerusalém, Doron Turgeman, a área do Portão de Nablus e a Rua Hagai deverão ser fechadas, à tarde, aos muçulmanos até as 19h30, quando a movimentação de moradores da área será desviada para os outros portões na Cidade Velha.
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A polícia ainda não decidiu se permitirá que os judeus subam ao Monte do Templo no Dia de Jerusalém. Diante da delicada situação de segurança, é possível que, ao contrário dos anos anteriores, este ano, a subida não seja possível. A decisão sobre o assunto será tomada amanhã de manhã com base em uma avaliação da inteligência.
Uma série de confrontos entre palestinos e policiais estourou, no fim de semana, em Jerusalém Oriental. Na noite passada e na sexta-feira, mais de 200 palestinos ficaram feridos em confrontos com a polícia no Monte do Templo, no Portão de Nablus e no bairro de Sheikh Jarrah, em parte como resultado de balas de festim e granadas de efeito moral.
A polícia disse que 17 policiais ficaram feridos nos confrontos. Ontem, a polícia bloqueou as entradas na Estrada 1 em uma tentativa de impedir que fiéis muçulmanos cheguassem a Jerusalém. Após um confronto com os fiéis, ela liberou os bloqueios.
Esta noite um foguete foi disparado da Faixa de Gaza em direção a Israel e caiu em uma área aberta. Em resposta, as FDI atacaram um posto militar do Hamas. Além disso, balões incendiários foram disparados da Faixa de Gaza em direção a Israel no fim de semana, causando incêndios em áreas abertas. Ontem, centenas de palestinos se manifestaram ao longo da fronteira de Gaza em protesto contra o que acontecendo em Jerusalém Oriental.
O “Rikudgalim”, “Dance Flags”, desfile de jovens sionistas religiosos, realizado há 30 anos, ocorre regularmente na rua principal do bairro muçulmano da cidade. Dezenas de milhares de jovens religiosos marcham com bandeiras israelenses pelos bairros palestinos lotados da Cidade Velha.
No passado, a marcha também foi marcada por manifestações de racismo, incitamento e violência contra residentes palestinos. Centenas de manifestantes costumavam gritar “Morte aos árabes” e cantar canções de ódio, e muitos até danificavam propriedades palestinas durante a marcha. Após petições apresentadas pela Associação Ir Amim e duras críticas dos juízes do Supremo Tribunal à polícia, em que alegavam ter facilitado a ação dos participantes da marcha, os organizadores e a polícia aumentaram sua fiscalização.
No entanto, a cada ano, o desfile causa restrições de tráfego mais rígidas aos residentes palestinos, com as ruas do bairro muçulmano e bairros adjacentes fechadas. A maioria dos empresários muçulmanos fecha suas lojas na área, causando tensões na cidade.
A rota do desfile original passa de Jerusalém Ocidental para a Praça IDF, onde se divide – as jovens marcham pelo Portão de Jaffa e o Bairro Judeu e os jovens marcham pelo Portão de Nablus e pelo Bairro Muçulmano.
Fonte: Haaretz
Foto: RonAlmog (Wikimedia Commons)
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