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Sinwar quer um acordo que garanta sua vida

Uma sensação de pessimismo persistiu na quarta-feira, no Cairo, após as discussões do Secretário de Estado, Antony Blinken, com o Presidente egípcio Fattah el-Sisi.

Fontes egípcias afirmam que Blinken transmitiu ao presidente e seu ministro do Exterior uma mensagem clara: do ponto de vista dos EUA, esta atual rodada de negociações pode muito bem ser o último engajamento indireto entre Israel e o Hamas.

A urgência era clara, chegar a um acordo conclusivo é primordial, e os patrocinadores, Egito e Catar, devem persuadir tanto o Hamas quanto Israel a abraçar a proposta americana sem adicionar complicações.

Os meios de comunicação árabes, incluindo o jornal árabe Asharq Al-Awsat, de Londres, relatam um tom diferente. Conversas com autoridades de inteligência e membros do gabinete de el-Sisi sugerem que “foram alcançados entendimentos que podem abrir caminho para acordos com o lado israelense”. Quanto aos palestinos, há um otimismo cauteloso. “Certamente pode haver uma mudança positiva, mas negociar com Sinwar é desafiador”, de acordo com uma autoridade no Cairo. “Sabemos que Sinwar quer um acordo, mas permanece firme em suas condições”.

Uma autoridade egípcia, em diálogo com os americanos, ressaltou uma condição crucial: caso um acordo seja fechado, juntamente com o retorno dos reféns, “Sinwar insiste em garantias para sua segurança e vida”, o que significa que Israel deve se comprometer a não assassiná-lo após o acordo.

Sinwar, esclareceu a fonte egípcia, transmite mensagens sucintas e inequívocas, ciente de que elas passarão por muitas mãos, palestinas, americanas e egípcias, e acabarão chegando a altos funcionários israelenses.

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Em termos de avanço nas negociações, o Cairo reconhece as dificuldades em dar início às negociações, particularmente desde o assassinato de Haniyeh em Teerã e a subsequente nomeação de Sinwar como seu sucessor. O Hamas, sem uma delegação de peso para negociações, teria rejeitado a ideia de enviar representantes ao Cairo junto com a delegação israelense para facilitar as trocas de mensagens por meio de altos funcionários da inteligência egípcia.

Simultaneamente, o Cairo mantém firmemente sua rejeição a qualquer proposta para uma presença israelense ao longo da Rota Filadélfia, um debate que permanece sem solução. A mais recente proposta do mediador sugere a instalação de equipamentos de vigilância subterrâneos ao longo do corredor, com o Egito construindo uma barreira de ferro para impedir o contrabando de mercadorias, incluindo armas e munições.

Outra questão não resolvida é a autoridade responsável pela segurança na travessia de Rafah no lado de Gaza. O Cairo deixou claro para Blinken que eles insistem na presença palestina em vez da israelense, mas ainda seria preciso decidir quem preencherá esse papel. A questão permanece se serão forças da Autoridade Palestina ou aqueles leais a Mohammed Dahlan, líder do “Movimento Democrático Reformista”, que reside em Abu Dhabi, mas comanda um grande grupo de seguidores na Samaria e Judeia.

Outro nome que surgiu antes desta rodada de negociações de “última chance” no Egito é Ibrahim Alarajani, um beduíno-palestino com laços estreitos com a elite governante egípcia, convidado a participar das discussões sobre Gaza. Sua inclusão foi acordada por Israel, onde os círculos de segurança o conhecem bem.

Fonte: Revista Bras.il a partir de Ynet
Foto: FDI

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