Sinagoga na Indonésia foi aberta oficialmente
Os turistas ocidentais que se dirigem para a remota região de Minhasa, na Indonésia, atraídos pelos belos locais de mergulho, podem se deparar com algo inesperado: uma menorá de 20 metros de altura perto de Tondano, capital da região.
É a maior menorá permanente do mundo e fica no maior país islâmico do mundo, com 225 milhões de muçulmanos. Um país onde o judaísmo nem sequer está incluído nas seis opções para religião, que deve estar declarada em seus cartões de identidade.
Ter um cartão de identificação nacional com uma religião não reconhecida ou deixar a religião em branco causa problemas administrativos, tornando difícil o registro de casamentos ou nascimentos, encontrar emprego ou matricular crianças nas escolas. Da população de 267 milhões da Indonésia, 87,2% são muçulmanos, 7% protestantes, 3% católicos e 1,7% outros, incluindo 0,000000075% judeus.
A menorá foi colocada pelo governo local com o objetivo de atrair turistas e negócios da Europa, enfatizando que cristãos e muçulmanos viviam pacificamente na província. Não houve menção a sua iconografia judaica.
Mas a história da menorá está entrelaçada com a única comunidade judaica remanescente no país, cuja sinagoga foi oficialmente aberta pelas autoridades locais no final de dezembro. A Sinagoga Shaar HaShamayim está em funcionamento desde 2004, mas não oficialmente inaugurada. A sinagoga passou por algumas reformas e quando o processo foi concluído, Yaakov Baruch, professor de direito internacional da universidade local e rabino da comunidade, achou que seria uma excelente oportunidade para convidar as autoridades para uma cerimônia formal e isso aconteceu durante a festividade de Chanucá deste ano.
Em 2014, uma pesquisa realizada pela Liga Antidifamação constatou que cerca de 75 milhões de indonésios tinham sentimentos antissemitas. A Indonésia não possui laços diplomáticos formais com Israel, embora existam relações não oficiais. Os dois países também têm um importante intercâmbio comercial e turístico. Somente em 2017, 36.000 indonésios visitaram Israel.
Segundo Baruch, em Tondano, 80% da população é cristã. “Eles tendem a ser muito pró-israelenses e muitos deles, especialmente representantes do governo, passam o Natal em Israel todos os anos. Eles decidiram construir a menorá ao voltar de uma dessas viagens, depois de uma visita ao Knesset, onde entenderam que a menorá é um símbolo de Israel”.
“Temos serviços a cada shabat”, explicou Baruch. Embora não seja fácil conseguir um minyan (um quorum de 10 homens), ele disse que os turistas às vezes ajudam, especialmente os israelenses.
A comunidade também organiza eventos para comemorar os feriados judaicos, como um seder de Pessach e o acendimento de velas de Chanucá. Nessas ocasiões, Baruch disse que cerca de 30 pessoas geralmente aparecem. Além disso, existem algumas aulas e outras reuniões sociais. Quanto à carne casher, alguém da comunidade sabe como executar o shechita, o ritual judaico, para preparar frango, mas o peixe é uma opção.