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Semana crucial no Oriente Médio

Por David S. Moran

Voltei de uma curta viagem ao Brasil e que recepção tive. Apesar do “Don’t” do Biden ao Irã, a República Islâmica extremista não o atendeu. Na madrugada de sábado pata domingo (14), as luzes tomaram conta do céu e mísseis e drones lançados, pela primeira vez diretamente do Irã em direção a Israel foram interceptados pela Força Aérea de Israel e seus aliados: forças americanas, inglesas, francesas e jordanianas. O sucesso dos abatimentos foi espetacular. Cerca de 50% dos misseis caíram por falhas do Irã, o restante foi interceptado mesmo antes de chegar ao território israelense. Forças militares no mundo abriram os olhos incrédulos ante o sucesso israelense e vêm para estudar o caso.

A tecnologia israelense é bem conhecida e já em consequência da guerra travada pela Rússia contra a Ucrânia, que começou em 2022, muitos países europeus encomendaram sistemas antiaéreos com a assinatura de contratos para adquirir o Míssil Arrow (Flecha) no valor de 14 bilhões de dólares para a Alemanha. Em 2023 as encomendas na Indústria Aeronáutica de Israel eram no valor de 18 bilhões de dólares, 71% para exportação.

O sentimento anti-israelense que eclodiu com a resposta firme e forte de Israel em Gaza, devido ao ataque da Hamas em 7 de outubro, agora, depois do virulento ataque do Irã contra Israel modificou o rumo. Muitos países conscientes voltaram a se solidarizar com o Estado Judeu. É incompreensível que o mundo ainda não tenha se dado conta de que Israel está lutando contra os inimigos do Ocidente, países judeu-cristãos. Basta ver a atuação de grupos pro-palestinos e das bagunças que fazem em toda parte. Estes grupos não são pro-palestinos, pois nem nos países árabes se interessam pelos palestinos. Estes grupos são islâmicos e quando cantam “Abaixo os Estados Unidos” nos Estados Unidos, ou o mesmo na Suécia, Inglaterra ou França, eles se referem que um dia querem que o islão se apodere do Ocidente. Eles emigram de países árabes e muçulmanos e a maioria não quer se integrar na sociedade local. Querem que a população local seja como eles.

Agora, depois do ataque iraniano, como no velho oeste, as autoridades israelenses anunciaram que vão retaliar. O presidente Biden pede a Israel “Don’t”. Os chanceleres da Inglaterra e Alemanha estão em Israel pelo mesmo motivo, mas como disse o inglês “Israel já está decidido, só falta saber quando”. Há discordância no Gabinete Militar, uns queriam ação imediata e outros ação meditada. Israel tem no seu arsenal muitos alvos no Irã e uma aviação que mostrou o seu poderio. No entanto, para fazê-lo deveria passar pelo espaço aéreo da Jordânia ou da Síria e Iraque. Problemático, mas que pode ser resolvido.

Todos temem que uma possível reação israelense leve a escalada da violência que já reina na região. Mas, no Oriente Médio se você não reage a violência, você é tido como fraco, medroso. O presidente Biden, que é grande aliado de Israel mas não suporta o premier Netanyahu mostrou que na hora H, está ao lado de Israel. Forças do CENTCOM lutaram contra o Irã no ataque de sábado e abateram misseis que iam em direção a Israel.

Ele também usou sua influência sobre a Jordânia e Arábia Saudita para ajudar Israel. Agora, o presidente, que está em campanha eleitoral para se reeleger (em novembro deste ano) pede calma e diz que se Israel reagir, não terá o apoio americano. Netanyahu, nos últimos dias, recusou qualquer ligação de líderes mundiais, pois sabia o que lhe pediriam. A última tentativa de persuadir Netanyahu de reagir ao ataque iraniano é a luz verde dos EUA para uma ação limitada em Rafah, ação que até agora os EUA se opuseram e o Egito também. O Egito, por receio de que milhares de palestinos passem ao seu território. A fronteira do Egito com a Faixa de Gaza está hermeticamente fechada. Não querem os “irmãos palestinos” no Egito.

O governo está numa encruzilhada. As manifestações populares continuam em todo o país e não só nos sábados a noite. O governo retirou a maior parte das tropas da Faixa de Gaza. A população de Gaza começou a avançar do Sul para onde moravam no Norte e com a ajuda de ativistas da organização terrorista Hamas. Contrariando a propaganda que passa pelo mundo, há abastecimento de alimentos em abundância. Na quarta-feira (17) passou na TV uma vista da praia de Dir al Balach repleta de cidadãos no mar, curtindo.

O Comandante da área de Cooperação de Tsahal (FDI) com os Palestinos, General Rassan Alian (druso) divulgou na semana passada:” Israel faz a parte que lhe cabe. A ONU tem que fazer a tarefa a ela incumbida”. Não há falta de alimentos, os mercados estão explodindo de produtos.

No Norte do país, há cerca de 100.000 pessoas evacuadas de suas casas e a Hizballah ataca diariamente. Israel revida, mas tem muitos feridos. O governo está dividido, mas ninguém sai para não perder o poder.

O governo turco, que é islamista e não tem fronteiras com Israel, fala e age contra Israel. Erdogan montou nova flotilha, com o pretexto de levar alimentos à Gaza e vai desafiar a Marinha israelense.

E, acima de tudo isto, há o caso dos sequestrados. Hoje é o 196º dia que 133 deles, vivos e mortos se encontram nos túneis da Faixa de Gaza e sem solução. Várias negociações foram tentadas. Não há dúvidas que Sinuwar faz exigências absurdas para se salvar, mas há os que dizem que Israel deveria atendê-lo para o retorno dos reféns. O ex-Chefe da Shabak (Serviço de Segurança Geral), Nadav Argaman, deu entrevista ao Canal 12, na qual acusa Netanyahu de torpedear acordo por seus interesses. As famílias dos reféns se rebelam ao ver como a vida retorna à “normalidade” em Gaza e eles ainda estão sem os seus queridos. A cada dia menos sequestrados continuam vivos. O Serviço de Inteligência Americano acha que mais da metade já está morta. Na última rodada de negociações com a Hamas, eles estavam dispostos a libertar apenas 20 reféns e exigiram um cessar fogo imediato e a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza e volta dos habitantes ao norte. Agora que se aproxima a Festa da Liberdade, da Escravidão do Egito, a Festa de Pessach, todo o povo de Israel gostaria de ver seus sequestrados libertados juntando-se a seus familiares na refeição festiva.

Adicionado a isto, a promessa de Netanyahu de que tropas israelenses irão a Rafah para acabar de vez com a ala militar do Hamas. A cada dia parece que isto está mais distante e que ativistas do Hamas voltam a governar na Faixa de Gaza.

Como na Páscoa judaica, há muitas questões, neste ano aumentam as questões de como toda esta bagunça terminará. Esperamos que da melhor forma.

Desejamos a todos Chag Pessach Sameach.

Foto: Captura de tela (FDI)

2 comentários sobre “Semana crucial no Oriente Médio

  • David,

    Excelente texto. Adoro ler seus textos. Vivo em jerusalem. Me sinto mais segura aqui que em sao paulo…

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    • Obrigado Ester. Voltei há dias de São Paulo e sinto o mesmo. Aqui estou mais seguro e posso me defender.
      Hag Pessach Sameach
      David S. Moran

      Resposta

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