Sansão e Dalila
Por Nelson Menda
Cecil B. de DeMille, um dos maiores realizadores do cinema norte-americano no século passado produziu vários filmes épicos a respeito de episódios bíblicos consagrados pelo público. Por felicidade, pude assistir a uma dessas películas, Sansão e Dalila, produzida em 1949, em tecnicolor. Foi um estrondoso sucesso de bilheteria e crítica junto a milhões de espectadores de diferentes países.
O filme, que mereceu dois Oscars, reproduzia a história real de Sansão, jovem judeu extremamente forte, e Dalila, filisteia que procurou se aproximar de Sansão com segundas intenções. Os filisteus e os judeus eram inimigos declarados e Dalila fingiu estar apaixonada por Sansão quando, na realidade, estava mais interessada em descobrir o segredo de sua descomunal força.
Para o papel de Sansão, os estúdios de Hollywood optaram pelo ator Vitor Mature, galã que conjugava força a um físico invejável. Para Dalila, a escolha recaiu na consagrada atriz Hedy Lamarr, austro-húngara de origem judaica, que agregava à beleza uma inteligência brilhante. Tanto que Lamarr, além de atuar no teatro e cinema, desenvolveu e registrou no Departamento de Patentes dos Estados Unidos um sistema para orientar torpedos submarinos.
Em tese, o amor entre Sansão e Dalila seria muito difícil de ocorrer, pois judeus e filisteus viviam às turras. Mas afinal, quem eram os filisteus? Curioso, decidi pesquisar a respeito desse povo. Para minha surpresa, descobri que os filisteus viviam na chamada Filistina. Quando procurei no mapa, tomei um susto, pois a Filistina nada mais era do que a Faixa de Gaza! Obviamente, aquela relação entre Sansão e Dalila tinha tudo para dar errado.
Para encurtar a história, quando os filisteus se deram conta de que tinham conseguido atingir Sansão com a flecha do amor disparada por Dalila, aprisionaram-no, cegando-o com ferro em brasa, cortaram seu cabelo e passaram a exibi-lo como um trunfo em espetáculos públicos. O segredo da força de Sansão provinha de seus cabelos, mas os filisteus ignoravam esse fato e só pensavam em humilhar e maltratar o cativo.
Com o passar do tempo o cabelo de Sansão voltou a crescer e, com ele, sua extraordinária força. Privado da visão mas não de sua resistência física, durante uma degradante apresentação pública, Sansão conseguiu se posicionar entre as colunas do templo pagão que sustentavam a estrutura do recinto. Debaixo de vaias e do deboche do populacho, Sansão, em um derradeiro esforço, conseguiu derrubar as colunas e, juntamente com elas, o próprio templo. Morreram todos, inclusive Sansão.
Por que lembrei dessa história bíblica, fazendo questão de repassá-la aos leitores? Estamos vivendo tempos difíceis e é nessas ocasiões que os bons exemplos do passado brilham como luzes de esperança no horizonte.
Hiii caro amigo, casualmente também recordamos deste episódio de Sansão e Dalila em virtude da localização dos atuais fatos…a tua narrativa está excelente!
Muito lamentável tudo…. a humanidade parece não ter aprendido nada….
Cuida-te muito…
Um grande abraço