Sa’ar deve substituir Gallant no governo
Mais de 1.000 pessoas, incluindo familiares dos 101 israelenses sequestrados por terroristas palestinos na Faixa de Gaza, reuniram-se em frente à casa do líder da Nova Esperança, Gideon Sa’ar, para protestar contra suas supostas tentativas de ingressar no governo de Netanyahu como ministro da defesa.
A reunião do gabinete de segurança foi adiada várias vezes, com relatos de que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estaria perto de substituir Yoav Gallant por Sa’ar. O Canal 12 informou que o motivo é um ultimato que o primeiro-ministro recebeu dos partidos ortodoxos.
Os dois partidos haredi exigiram o fim do adiamento na aprovação de uma lei de recrutamento militar para ortodoxos que foi barrado, entre outras razões, pela insistência de Gallant em numa versão que conta com o apoio tanto da coalizão como da oposição, além do aparato de segurança.
Saar é supostamente mais flexível na sua posição sobre a legislação, o que presumivelmente permitiria que ela avançasse se ele fosse ministro no lugar de Gallant. A TV Kan informou que os problemas fundamentais nas negociações entre Netanyahu e Sa’ar foram resolvidos. Se não houver surpresas de última hora, nas próximas horas será feito um anúncio sobre a incorporação do Nova Esperança ao governo.
Gallant prometeu permanecer no partido Likud mesmo se for demitido.
O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, tuitou que há meses exige sua demissão “e chegou a hora de fazê-lo imediatamente”.
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Rumores de que Netanyahu substituiria Gallant circulavam há meses e Sa’ar negou, em julho, ter recebido uma oferta para voltar à coalizão.
Em agosto, o Canal 12 informou que supostas negociações para que Sa’ar assumisse o Ministério da Defesa fracassaram depois que a esposa do primeiro-ministro e seus conselheiros indicaram que não confiavam no ex-político do Likud como Ministro da Defesa.
De acordo com o Canal 12, Sa’ar exigiu a pasta da Defesa, mas foi rejeitado e, em vez disso, foram oferecidos outros cargos, como ministro do Exterior ou ministro da Justiça, não relacionados à segurança nacional.
Um porta-voz de Sa’ar negou a reportagem, dizendo ao The Times of Israel na época que “não houve negociações, portanto não houve ruptura”.
À medida que a confiança entre Netanyahu e Gallant enfraqueceu, começaram a circular rumores de que o primeiro-ministro estava disposto a oferecer o cargo a Sa’ar, cujo partido deixou a coalizão no início deste ano, depois de lhe ter sido negado um cargo no agora extinto gabinete de guerra.
Desde então, Sa’ar criticou duramente a forma como o governo lidou com a guerra em Gaza e disse que estaria disposto a fazer “concessões” para criar um bloco de direita para se opor a Netanyahu.
As relações entre Gallant e Netanyahu têm sido tensas desde que Netanyahu anunciou que demitiria Gallant em março de 2023 por causa das suas críticas à reforma judicial do governo, antes de voltar atrás duas semanas depois, sob intensa pressão pública.
Membros do gabinete de Netanyahu vêm pedindo a demissão de Gallant há meses, irritados, entre outras coisas, por sua oposição a um projeto de lei de recrutamento ortodoxo apoiado pelo governo e por seu rompimento público com o primeiro-ministro por causa de um acordo sobre reféns e controle do chamado Corredor Filadélfia em Gaza.
Em um comunicado, o Gabinete do Primeiro-Ministro disse que os relatos de negociações com Sa’ar “estão incorretos”. Sa’ar também negou a informação, com um porta-voz afirmando que “não há nada de novo neste assunto”.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Iton Gadol
Fotos: Wikimedia Commons