Romã: lendas, mitos e benefícios
A romã é um dos alimentos mais apreciados em Israel, sendo consumido regularmente, em sucos, doces e vinhos e também representada em esculturas e adornos.
Nativa da antiga Pérsia, hoje Irã, a romã é cultivada há milênios nos países do Mediterrâneo, de onde foi distribuída a outros países da Ásia às Américas e chegou ao Brasil pelas mãos dos portugueses.
A romã é mencionada com frequência na Bíblia e na literatura judaica, em seus vários usos: como alimento e como ornamentação arquitetônica no Templo de Salomão, no Santuário e em mosaicos, como metáfora da beleza e do romantismo, e do cumprimento dos mandamentos religiosos. A expressão “cheio como uma romã” expressa uma pessoa com valores, conteúdo e Torá.
Segundo o simbolismo religiosos judaico, cada romã contém 613 sementes, o mesmo que o número de mitzvot ou mandamentos da Torá. Não sei se alguém já parou para contar, mas o que importa é o simbolismo pois representam as bênçãos de fazer boas ações, bem como fertilidade e abundância.
Na arte ritual, a fruta adorna tudo, desde copos de kidush e castiçais até capas e coroas da Torá, chamadas rimonim, a palavra hebraica para romã.
Não é de surpreender que existam muitas referências a romãs na Torá e em outros textos, uma vez que foi cultivada no Egito antes da época de Moisés. Os israelitas que vagavam pelo deserto reclamaram tanto de deixar para trás o fruto que matava a sede, que Moisés teve que lhes assegurar que encontrariam romãs novamente na Terra Prometida (Deuteronômio 8:7-8). E, de fato, as romãs eram uma das sete espécies originais (shivat haminim) que encontraram ao chegar à terra de Israel.
Deus prescreve que as romãs devem ser semeadas na orla do manto do sumo sacerdote em Êxodo 28:33-35: “O manto será todo enfeitado com desenhos de romã de pano azul, vermelho-púrpura e vermelho-carmesim; em volta da borda do manto, intercalados com sinos de ouro, ou seja, um sino e uma romã, outro sino de ouro e outra romã, e assim por diante. Os sinos de ouro e as romãs devem se alternar por toda a volta da borda do manto. Arão terá de usar esse manto sempre que for fazer o serviço sacerdotal. O som dos sinos será ouvido quando ele entrar no Lugar Santo diante do Senhor e quando sair; fará assim para que não morra!”
Em Israel hoje, cerca de 3.000 hectares são plantados com pomares comerciais de romã.
As fazendas israelenses de norte a sul do país produzem cerca de 40.000 toneladas de romãs frescas todos os anos, das quais pelo menos metade é exportada, principalmente para a Europa.
Os israelenses consomem cerca de 11.000 toneladas de romãs por ano, sendo 6.000 toneladas entre as festividades de Rosh Hashaná e Sucot, segundo um relatório do Ministério da Agricultura.
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O cultivo da romã em Israel tem aumentado nos últimos anos pela demanda dos consumidores. Graças ao trabalho dos agricultores, hoje existem mais de 500 variedades de romãs. Elas diferem entre si no tamanho e no sabor dos frutos, suculência e cor da polpa, resistência a doenças e danos por pragas. Algumas são azedas e outras mais doces, algumas amadurecem mais cedo e outras mais tarde na estação. As variedades mais comuns são a “cabeça de mula” que tem frutos rosados e a “Wonderpool” cujos frutos são de um vermelho mais vivo. Além de comê-lo como uma fruta e beber seu suco, também são produzidos licor de granadina e vinho de romã. Variedades anãs são cultivadas em jardins ornamentais.
Antigamente, tintas e remédios eram preparados a partir de suas raízes, cascas e sementes.
As romãs são abundantes durante a época das festas de outono em Israel e um símbolo de Rosh Hashaná (ano novo judaico).
Elas estão em cartões de felicitações, ornamentos de cerâmica e desenhada em pratos, copos, e guardanapos.
Em termos de conteúdo de vitaminas, microelementos úteis e ácidos orgânicos, é difícil encontrar um competidor para a romã. Considerada uma fruta afrodisíaca, a romã é rica em nutrientes que promovem a saúde do corpo, da pele e dos cabelos.
O suco de romã é recomendado para anemia e deficiência de vitamina e em nutrição infantil e médica. Contém vitaminas do complexo B, como ácido pantatênico, ácido fólico e piridoxina, além de vitamina K e minerais como cálcio, cobre e manganês. É uma boa fonte de potássio, vitamina C e fibras, assim como vitaminas e minerais.
Fruto do outono-inverno, as romãs começam a amadurecer em setembro, bem a tempo de enfeitar as mesas das Grandes Festas em Israel, proporcionando uma bela decoração e um importante simbolismo.
Uma bênção significativa para romãs faz parte do seder sefaradita de Rosh Hashaná há séculos:
Y’hi ratzon mil’fanecha, Ha’Shem Eloheinu, she-ni-he-yeh m’le’im mitzvot ka-rimon.
Que seja Tua vontade, Senhor, nosso Deus, que estejamos tão cheios de boas ações quanto a romã está cheia de sementes.
Fontes: The Culture Trip, Haaretz, Research Gate, Semantic Scholar
assuntos de grande relevância e e exposição de forma pura e simples para a compreensão de todos
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