Reino Unido paralisa projeto do Memorial do Holocausto
A Suprema Corte anulou a decisão do governo de construir o Memorial do Holocausto e Centro de Aprendizado próximo ao parlamento, após um apelo de ativistas que argumentaram que o projeto era a “ideia certa no lugar errado”.
A decisão decorre de um apelo feito pelo ex-Arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, apoiado por grupos comunitários locais, líderes judeus e sobreviventes do Holocausto, que argumenta que o projeto era a “ideia certa no lugar errado”.
O museu seria construído dentro do Victoria Tower Gardens, próximo ao Parlamento, um local que vem sendo discutido nos últimos dois anos. O grupo contrário à construção no lugar afirmou que “o projeto teria um impacto na paisagem tombada, incluindo o memorial de Buxton que celebra a abolição da escravatura”. Além de seu significado histórico, a proposta viola uma lei de 1900 que proíbe “usar o Victoria Tower Gardens com qualquer coisa que não seja um jardim aberto ao público”.
Originalmente concebido em 2017, o projeto foi paralisado pela opinião pública que se mostrou contrária ao local escolhido e à perda de espaço verde. Uma nova proposta foi divulgada em 2019 e foi aprovada em meados de 2021. A construção do projeto estava prevista para começar este ano e ser concluída até 2025, mas agora está suspensa por decisão oficial.
O memorial, que é o primeiro monumento nacional dedicado ao Holocausto no Reino Unido, homenageia os seis milhões de judeus que foram vítimas do regime nazista, além de reconhecer a perseguição de ciganos, gays e pessoas com deficiência.
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Ephraim Mirvis, rabino-chefe do Reino Unido, disse que a decisão foi “um revés infeliz”. Ele acrescentou: “Com a retórica odiosa em ascensão em todo o mundo, nossa sagrada responsabilidade de cumprir esse compromisso é mais urgente e vital do que nunca”.
O Holocaust Memorial Day Trust disse que a decisão é lamentável. Olivia Marks-Woldman, sua executiva-chefe, disse: “Acreditamos que a necessidade de estabelecer um memorial físico permanente do Holocausto para as próximas gerações é particularmente forte, dado o preconceito contínuo e as situações em todo o mundo onde as pessoas enfrentam atrocidades e crimes de guerra”.
Fonte: Arch Daily
Foto Ron Arad Architet