“Reféns serão liberados se Israel parar de atacar”

Um dos líderes do Hamas, Khaled Meshaal, disse na terça-feira que os civis capturados pelo Hamas em 7 de outubro seriam libertados se Israel parasse de atacar alvos associados ao grupo terrorista na Faixa de Gaza.

Meshaal, numa entrevista à Sky News, recusou-se a referir-se aos civis capturados pelo Hamas como “reféns” e afirmou que Israel matou pelo menos 22 dos capturados em ataques aéreos em Gaza. Dos mortos, ele disse que muitos eram israelenses, mas não detalhou de quais países eram os demais.

“Se Netanyahu está interessado na sua segurança, se os europeus e os americanos estão interessados ​​na sua segurança, que eles obriguem Israel a parar a sua agressão, a parar este genocídio, estes crimes de guerra brutais que são cometidos todos os dias”, disse ele. “Deixe-os parar com esta agressão e você encontrará mediadores como o Catar e o Egito e alguns países árabes e outros encontrarão uma maneira de libertá-los e nós os enviaremos para suas casas”.

A entrevista foi dada no mesmo dia em que o Chefe do Estado-Maior das FDI, Herzi Halevi, disse que as forças israelenses estão prontas e preparadas para invadir Gaza.

No entanto, um dia antes da entrevista de Meshaal, duas autoridades israelenses disseram que Israel estava disposto a adiar a invasão de Gaza para permitir negociações sobre a libertação de um grande número de reféns. Israel disse aos mediadores egípcios que o Hamas tem que libertar todas as mulheres e crianças feitas reféns para qualquer tipo de acordo. No dia seguinte, as FDI lançaram panfletos na Faixa de Gaza dizendo que os civis palestinos que tivessem informações sobre quaisquer reféns seriam recompensados ​​com dinheiro e segurança se revelassem os detalhes às FDI.

As FDI pediram aos civis de Gaza para contatá-los através do WhatsApp, Telegram ou através de uma linha segura, para aqueles que temem represálias do Hamas.

LEIA TAMBÉM

• 25/10/2023 – Técnico de futebol lamenta apatia pelas atrocidades do Hamas
• 25/10/2023 – “Peça combustível ao Hamas”, dizem militares à ONU
• 24/10/2023 – Cohen para Guterres: “Em que mundo você vive?”

A entrevista da Sky News foi divulgada mais de uma semana depois de um alto funcionário não identificado do Hamas, numa entrevista à NBC News, também ter dito que o grupo terrorista libertaria todos os reféns civis se as FDI cessassem a sua operação em Gaza.

No entanto, o alto funcionário, na entrevista à NBC, também disse que os soldados das FDI só seriam libertados se todos os palestinos detidos por Israel fossem libertados.

Meshaal também afirmou falsamente na entrevista à Sky News que civis não foram mortos pelas Brigadas Al-Qassam do braço militar do Hamas em 7 de outubro. Ele continuou dizendo que quaisquer mortes de civis causadas pelo Hamas não foram intencionais.

Ele também disse que os ataques de há pouco mais de duas semanas não envolveram o Irã de forma alguma e que o Hamas agiu sozinho.

Autoridades israelenses disseram que mesmo com um acordo de reféns, as FDI não abandonarão seus planos de invasão terrestre.

Khaled Meshaal é considerado um dos fundadores do Hamas.

Sob instruções diretas do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu a agência de espionagem israelense Mossad tentou assassinar Meshaal em 1997, quando ele morava na Jordânia.

Agentes do Mossad entraram na Jordânia com passaportes canadenses falsos e Meshaal foi injetado com uma substância tóxica enquanto caminhava por uma rua.

As autoridades jordanianas descobriram a tentativa de assassinato e prenderam dois membros do Mossad.

O falecido rei Hussein da Jordânia pediu ao primeiro-ministro de Israel o antídoto para a substância com a qual Meshaal foi injetado. Enfrentando a pressão do então presidente dos EUA, Bill Clinton, Netanyahu forneceu o antídoto depois de inicialmente rejeitar o pedido.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Jerusalem Post e BBC
Foto: Wikimedia Commons