Rainha da Jordânia diz que crise em Gaza é “deliberada”
A Rainha Rania da Jordânia criticou Israel pela “destruição excessiva” e pela “insegurança alimentar em Gaza”, e afirmou que os danos colaterais faziam parte de um plano maior e mais sinistro de Israel.
“Por mais devastador e traumático que tenha sido o dia 7 de outubro, não dá licença a Israel para cometer atrocidades após atrocidades”, acusou ela.
“Este é um assassinato em massa de crianças em câmera lenta que dura cinco meses. É absolutamente vergonhoso, ultrajante e totalmente previsível o que está acontecendo hoje em Gaza porque foi deliberado”, afirmou ela.
Ela detalhou o que a levou a pensar que foi deliberado. “Acho que não é coincidência que estejamos testemunhando um dos episódios mais violentos deste conflito sob um dos governos mais radicais e racistas da história de Israel. Vocês sabem que o primeiro-ministro Netanyahu, como ele próprio admite, diz que a sua política se baseava em dividir e conquistar, apoiando secretamente o Hamas para minar a Autoridade Palestina e depois dizer que não há parceiro para a paz”.
Ela já acusou anteriormente o presidente dos EUA, Joe Biden, de participar na fabricação da narrativa israelense, alegando ter visto evidências de decapitações do Hamas e posteriormente negando a afirmação.
Em entrevista na CNN para a jornalista Christiane Amanpour, a monarca disse que “Israel viveu o 7 de outubro, e os palestinos experimentam 156 vezes o 7 de outubro”, referindo-se ao número de dias da guerra em curso.
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Na mesma entrevista, ela afirmou que a mídia israelense tinha inflacionado as reportagens com dados que não tinham sido verificados de forma independente, mas que eram repetidos a partir de jornais palestinos.
Falando da Base Aérea Rei Abdullah II, onde a Força Aérea Real da Jordânia tem preparado lançamentos aéreos de ajuda humanitária em Gaza, a Rainha disse que, este ano, o mundo muçulmano está vivendo o mês sagrado do Ramadã com “coração pesado”.
A Rainha Rania afirmou que Israel está privando os palestinos em Gaza de alimentos, combustível, um lugar para viver, medicamentos, água “e tudo o que é necessário para a vida humana”.
Refletindo sobre a tragédia do comboio humanitário em que cem palestinos foram mortos, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, e que foi desmentido por Israel, Rania, ela própria filha de pais palestinos, acusou Israel de atirar contra moradores de Gaza que tentavam obter ajuda.
“Isto é um massacre de mulheres e crianças, uma fome premeditada, um desastre humanitário iniciado por Israel. A guerra que Israel lançou em Gaza permanecerá na memória como uma injustiça histórica. Agora é o momento de convencer Israel a fazer o que é certo”.
A rainha, que já manifestou dúvidas sobre as atrocidades ocorridas em 7 de outubro, ainda justificou o massacre dizendo que foi provocado pelo próprio Israel “após anos de ocupação, construção de colonatos e violação dos direitos humanos”. Segundo ela, os líderes israelenses mantêm a sociedade com medo de uma ameaça existencial que “não existe”.
Desde o início do conflito, a soberana Hachemita definiu Israel como “um regime de apartheid que conquista, oprime e comete crimes contra os palestinos todos os dias”.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Israel National News e Ynet
Foto: Michael Wuertenberg (Wikimedia Commons)
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