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Quem são os anti-vaxxers?

Por Mary Kirschbaum

Passado o ataque de nervos, pela milionésima vez, desde que escutamos, pela primeira vez, falar em COVID estamos ainda na batalha contra esta praga.

Fecha ou não fecha pela quinta vez tudo, em função de uma nova cepa, vindo agora da África do Sul?

Toma-se a quarta dose ou se permanece na terceira?

Obviamente, mesmo endoidecendo com este vírus, que já foi muito mortal, e ainda, mesmo com as três doses da vacina, continua perigoso, continuamos tentando manter nossas cabeças ocupadas, com o seguimento de nossas vidas cotidianas e prestando muita atenção no que o governo e os órgãos responsáveis da saúde nos mandam fazer.

Lockdowns, distanciamentos sociais, máscaras, higienizações e vacinas.

A grande maioria da população permanece fóbica e ansiosa. E seguindo as regras.

Mas, tem gente que não segue regras.

São os “negacionistas”.

Do que se trata?

Eles não aceitam tomar a vacina.

Tem gente que diz que é doença, tem gente que diz que é política, tem gente que diz que é cuidado demais, ou de menos, e há os que dizem que é muita sacanagem!

Mas eles estão em todos os lugares.

São seus vizinhos, seus parentes, moram em Israel, no Brasil, nos EUA, no Reino Unido, e no resto do mundo. Parecem pessoas comuns. Mas não aceitam muita conversa. Não, se for tentar convencê-los a tomar a vacina do corona.

Esta história de movimento antivacina já existe há algum tempo.

O principal argumento surgiu de uma pesquisa fraudulenta publicada pela revista científica “The Lancet”, em 1998, afirmando-se que a vacina tríplex (sarampo, caxumba e rubéola), desencadearia o autismo.

Este fato foi totalmente descartado e seu autor punido.

Segundo a história, para chegar onde chegou, a ciência sofreu com o ceticismo humano.

Quando Copérnico apresentou a hipótese de que o sol era o centro do universo, todos acharam estranho e se opuseram. Era um desafio às crenças religiosas e culturais de uma sociedade antropocêntrica (que atribui ao ser humano uma posição de centralidade em relação a todo universo).

Aí veio Galileu, com seu rudimentar telescópio, se comparado às tecnologias de hoje, e observou que o sol de fato poderia ser o centro, sobre o qual a terra girava, e foi acusado de cometer heresia pela Igreja católica.

Sabemos, hoje, que ele estava certo.

Mas, a desconfiança na ciência permaneceu ao longo do tempo. Os terraplanistas, que negam o formato esférico da terra, são assim como as pessoas que são contra as vacinas.

Voltando ao conceito de “Negacionismo”:

Na psicanálise se fala sobre os “mecanismos de defesa do ego”, onde o sujeito escolhe lidar com dificuldades e problemas negando a existência deles.

Às vezes, mesmo a pessoa tendo uma doença letal, ela alega que nada está acontecendo, defendendo desta forma o ego, e expondo o corpo.

Se eu nego que a doença existe, para que preciso de vacina?

Também, psicanaliticamente falando, esta pessoa tem pensamentos “intrusivos”: imagens que vem a cabeça, às vezes com bastante intensidade e não controlados, e também podem ser bastante negativos.

Por serem desta forma, acabam desconfiando muito mais de tudo e de todos. E têm muito mais medo de se expor a algo desconhecido.

Sentem então que a vacina pode ser nociva.

De encontro com a insegurança e fragilidade na saúde mental unem-se as “fake news”, com teorias da conspiração, que acabam sendo extremamente populistas e tendo o uso narcísico, com muitos “likes” em páginas do facebook, promovendo a “expertise de carteirinha”, os psicopatas de plantão.

A ciência acaba sendo substituída por um conhecimento ruim, maléfico. A desinformação se disfarça de argumentos científicos, de falsa ciência.

E que se espalha mais rapidamente que o próprio vírus.

E ficamos assim…

Além de ainda não termos dado conta da cura do COVID, apesar da nossa NOBRE CIÊNCIA – esta feita de conhecimento profundo, aperfeiçoado para tornar a existência humana mais significativa, a busca do bem, da cura, da extensão da vida, do alívio da dor – continuamos a lidar com esta parte da população; pequena, mas não irrisória; que vai contra, que nega, e ainda tenta persuadir os outros; de suas falsas crenças, em extraterrestres e teorias da conspiração.

Estes são os Anti- Vaxxers:

Protestam, brigam por sua causa “tão nobre”, que só faz aumentar o número de infectados e vítimas fatais deste vírus destruidor.

E que já levou tanta gente boa embora.

Um comentário sobre “Quem são os anti-vaxxers?

  • Isso que você chama de vacina da COVID, não é uma vacina, basta comparar seus efeitos de eficácia e segurança e verás que isso não é vacina.

    Resposta

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