Psicólogas brasileiras oferecem apoio emocional em Israel
Um grupo de psicólogas brasileiras em Israel se mobilizou, nestas últimas semanas, para dar suporte emocional gratuito aos brasileiros neste período difícil. A ideia começou com duas ou três e, rapidamente, teve a adesão de outras que se interessaram em participar deste projeto. Hoje já são 14.
A urgência do momento levou as participantes a fazer uma reunião por zoom para que pudessem se conhecer e trocar ideias. Essa experiência permitiu que se sentissem um grupo, e um grupo plural, em que cabem profissionais com formações bastante diferentes.
Segundo uma das psicólogas do grupo,
“Com relação a este momento, por um lado, sabemos que estamos todos no mesmo barco. Não há o que fazer. E isto, por paradoxal que pareça, é algo que nos ajuda a atravessar o que tem que ser atravessado. Mas isso não significa ficarmos passivos! Temos que usar nossas energias para encontrar saídas criativas e lidar com nossas emoções a fim de preservar a saúde mental.
Por outro lado, também é verdade que cada um vive esta situação em função de sua própria personalidade, de sua história, de sua situação, e de seu momento de vida. O sofrimento de um idoso isolado é diferente do sofrimento de uma família com muitos filhos num apartamento apertado, ou de um jovem casal com filhos pequenos. Quem tem que trabalhar de casa pode ter problemas ainda de outra ordem, diferentes de quem ficou sem emprego.
Ou seja, as pessoas podem estar vivendo tudo isso com mais sofrimento, ou com menos sofrimento. Com mais angústia ou com menos angústia. Com mais criatividade, ou com menos criatividade. Repetindo, o mais importante é cuidar da nossa saúde mental para não “quebrar” durante esta crise que não tem hora para acabar.
Todos temos compartilhado em nossas redes sociais de que maneira temos preenchido nossos dias. Recebemos dicas de todos os tipos, e vemos, com esperança, surgirem correntes solidárias e generosas muito significativas. Cada um está contribuindo como pode para estar “presente” junto aos seus.
É neste contexto que, enquanto psicólogas, entendemos que um dos principais sofrimentos imposto pelo isolamento é não poder, ou não saber, como compartilhar, conversar, escutar e ser escutado.
Mas também sabemos que, mesmo quando estamos impotentes para mudar a realidade, comunicar-se com outro ser humano é sempre o melhor remédio.
Nossa proposta é oferecer essa possibilidade para os que sentem essa necessidade neste momento”.
A equipe propõe dois tipos de abordagem.
Para aqueles que preferem um contato individual, uma conversa privada, para falar de assuntos mais pessoais, essa conversa pode ser por telefone ou por outros meios.
E para aqueles que preferem participar de um grupo de zoom e se sentir acompanhados por um coletivo, já que muitas das dificuldades atuais são coletivas, e vão além dos nossos problemas individuais, anteriores ao Corona.
Quem se interessar pode entrar em contato com Tamar: 053 2294775. Ela irá direcionar os pedidos para as demais participantes do grupo.