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Protestos em Gaza pedem o fim da guerra

Centenas de palestinos protestaram contra o governo do Hamas e contra a guerra em pelo menos três locais na Faixa de Gaza, nesta terça-feira, um evento raro, devido à repressão violenta do grupo terrorista à dissidência política.

Um dos protestos ocorreu em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, uma das cidades mais atingidas durante o conflito. Dezenas de moradores se reuniram na manifestação organizada pelo clã “Bedna Naish”, uma frase em árabe que significa “queremos viver”.

Imagens do protesto mostram cerca de 100 manifestantes carregando cartazes com mensagens “Pare a guerra” e “As crianças na Palestina querem viver”, com uma grande bandeira branca tremulando acima de suas cabeças, pedindo um cessar-fogo.

Os organizadores do protesto, do Badna Naish, identificado com o movimento Fatah, rival político do Hamas, convocaram outros moradores da Faixa de Gaza para se juntarem à iniciativa e realizarem manifestações semelhantes exigindo o fim da guerra.

Além disso, alguns videos mostram moradores gritando “Fora Hamas”, “Terroristas Hamas”, “O povo quer derrubar o Hamas” e “Sim à paz, não à guerra em curso”.

Uma reunião de moradores ocorreu em frente ao Hospital Indonésio. Alguns dos manifestantes carregavam bandeiras brancas.

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Mohammed, um manifestante que não quis dar seu sobrenome por medo de represálias, disse “Participei para enviar uma mensagem em nome do povo: chega de guerra”, acrescentando que viu “membros das forças de segurança do Hamas em trajes civis interrompendo o protesto”.

Majdi, outro manifestante que não quis dar seu nome completo, disse que “o povo está cansado”. “Se a solução é o Hamas deixar o poder em Gaza, por que o Hamas não abre mão do poder para proteger o povo?”, perguntou ele.

Horas depois do primeiro protesto, outra manifestação antiguerra e anti-Hamas foi realizada no campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza, com dezenas de manifestantes queimando pneus e gritando: “Queremos comer”.

À medida que as notícias dos protestos se espalhavam, outras manifestações eclodiram em Gaza, incluindo uma na grande cidade de Khan Younis, no sul, onde os manifestantes gritavam “abaixo o Hamas” e pediam o fim dos combates.

O Hamas não comentou oficialmente sobre os protestos, mas alguns meios de comunicação em Gaza, incluindo aqueles associados à organização terrorista, publicaram fotos e vídeos dos eventos sob o título “manifestação para parar a guerra”, sem mencionar os apelos pela queda do grupo terrorista.

Protestos são eventos relativamente raros em Gaza, especialmente contra o Hamas, que mantém um forte controle sobre a Faixa de Gaza desde que expulsou a Autoridade Palestina do território há quase duas décadas.

Embora tenha havido mais declarações públicas de indivíduos em Gaza contra o governo do Hamas desde o início da guerra, manifestações em larga escala contra o grupo foram quase inexistentes.

O último protesto documentado na Faixa de Gaza contra o Hamas ocorreu em janeiro de 2024, quando palestinos em Deir al-Balah e Khan Younis pediram o fim da guerra, o fim do domínio do grupo terrorista sobre Gaza e a libertação dos reféns israelenses.

Antes da guerra, os protestos anti-Hamas também eram eventos relativamente raros e muitas vezes eram reprimidos violentamente pelo grupo terrorista.

Nas redes sociais, usuários residentes de Gaza expressaram preocupação com o destino dos manifestantes. Alguns comentários online levantaram a possibilidade de que os participantes da manifestação pudessem receber uma “visita ” das forças de segurança do Hamas.

Um novo protesto está sendo convocado para esta quarta-feira em nove localidades diferentes na Faixa de Gaza.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel e Ha-Mechadesh
Foto: Captura de tela (X/EFischberger)

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