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Protestos eclodem em todo o país

A polícia entrou em confronto com manifestantes, nesta terça-feira, quando dezenas de milhares de pessoas se reuniram em todo o país, bloqueando estradas em protesto contra a reforma judicial promovida pelo governo.

As manifestações começaram em todo o país nas primeiras horas da manhã e atingiram o Aeroporto Ben-Gurion, Elas ocorreram horas depois que a Knesset aprovou a primeira leitura de um projeto de lei que limita os poderes de supervisão da Suprema Corte.

Devido ao congestionamento no Aeroporto, a polícia fechou a área de desembarque no Terminal 3 para a entrada de veículos. Mais de 1.000 policiais permaneceram no local tentando controlar a multidão.

As principais estradas de Israel foram bloqueadas incluindo a estrada costeira, a Ayalon, as estradas 1 e 443 em direção a Jerusalém, a estrada 4 e outras.

Vários manifestantes ficaram feridos, incluindo uma mulher que foi atingida na cabeça por um jato de alta pressão disparado por um canhão de água contra manifestantes que bloqueavam a principal via de Tel Aviv

Até o fechamento desta edição, 67 pessoas haviam sido presas em todo o país.

Em Tel Aviv, a polícia entrou em confronto com os manifestantes enquanto faziam as prisões, com incidentes de socos e de manifestantes sendo arrastados e levados para viaturas da polícia.

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Pelo menos nove manifestantes e um policial ficaram feridos, informou o Canal 12.

A Rua Kaplan, em Tel Aviv, rapidamente se tornou o foco principal dos protestos, quando a polícia disparou canhões de água na tentativa de dispersar a multidão.

Um manifestante foi pisoteado por um cavalo da polícia. A polícia também foi vista agredindo manifestantes.

O líder do partido Unidade Nacional, Benny Gantz, um dos principais opositores da reforma, juntou-se ao protesto na rua Kaplan. Gantz falou sobre o uso da força pela polícia contra os manifestantes: “Muito sério, isso precisa ser interrompido. Para usar uma força mínima e não máxima”.

Sobre a possibilidade de que os reservistas não compareçam ao serviço, ele disse, “precisamos tirar o exército deste debate”.

A polícia e o serviço de resgate de emergência Magen David Adom pediram aos manifestantes que permitissem o acesso de ambulâncias e outros veículos de emergência, com um porta-voz da polícia dizendo que houve “vários” casos de ambulâncias que não conseguiram passar pela multidão.

Os protestos em Tel Aviv foram policiados sob o comando do vice-chefe do distrito de Tel Aviv, David Filo, após a saída do chefe do distrito, Amichai Eshed. Ao anunciar sua renúncia na quarta-feira passada, Eshed afirmou que seria transferido do cargo devido à aversão dos políticos por sua abordagem mais branda em relação aos manifestantes.

Antes de se reunir na Rua Kaplan, os manifestantes de Tel Aviv marcharam até a sede da federação trabalhista Histadrut, exigindo que o sindicato convocasse uma greve geral.

O presidente da Histadrut, Arnon Bar-David, pediu publicamente ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que “pare o caos” e disse que a federação “interviria” se necessário.

“Pare o caos louco na sociedade israelense o mais rápido possível. A bola está do seu lado. Quando a situação chegar ao extremo e todos os outros caminhos forem tomados, vamos intervir e usar nosso poder”, afirmou.

O ministro da Educação, Yoav Kisch, membro do Likud, disse sobre os protestos generalizados contra a reforma judicial que “não cederemos a esse terror”.

“É uma tentativa de intimidar as autoridades eleitas e perturbar a vida de milhões”, disse ele à Rádio do Exército. “As pessoas estão sendo autorizadas a bloquear a rodovia Ayalon toda semana. Isso é uma injustiça”.

Orna Barbivai do Yesh Atid condenou seus comentários. “Que vergonha. Ele chama de terror os manifestantes que carregam uma bandeira, as avós e crianças que, em vez de aproveitar as férias de verão, saem para proteger o país?” ela disse.

As ações de protesto na terça-feira começaram com dezenas de manifestantes montando tendas em um cruzamento em Herzliya, chamando o local de “um campo democrático”.

As barracas bloquearam o tráfego em ambas as direções na rodovia Ayalon (Rota 20), no centro de Tel Aviv.

Vídeos que circularam nas redes sociais e na TV mostraram manifestantes queimando pneus e cantando canções de protesto.

No entroncamento de Karkur, perto de Hadera, os manifestantes bloquearam a Rota 65 com uma enorme faixa que dizia, “entrada proibida para uma ditadura”.

Os manifestantes também bloquearam uma artéria principal próxima à cidade de Modiin.

Em Haifa uma avenida principal foi bloqueada e foi estendida uma grande faixa com os dizeres “Juntos seremos vitoriosos”, atrapalhando o tráfego ao longo da orla. Canhões de água também foram usados ​​para dispersar a multidão na cidade, enquanto os manifestantes tentavam bloquear os túneis Carmel.

Os manifestantes em Jerusalém se reuniram em frente à Suprema Corte e à Knesset, e o grupo de protesto pelos direitos das mulheres Construindo uma Alternativa formou uma “corrente vermelha” de manifestantes em todo o país.

A procuradora-geral Gali Baharav-Miara aprovou a manifestação no Aeroporto, após ser solicitada pelo governo a apresentar uma posição escrita sobre o assunto.

“O aeroporto Ben-Gurion é um local público e todos têm direito à liberdade de expressão e o direito de se manifestar ali também”, afirmou Baharav-Miara, segundo o Canal 12.

A ministra dos Transportes, Miri Regev, repreendeu a decisão da procuradora. “Eu esperava que a procuradora-geral permitisse o bom gerenciamento da instalação e não ajudasse os infratores”, disse Regev, que no domingo pediu para demitir Baharav-Miara devido à resposta da polícia ao protestos anteriores.

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, exigiu da procuradora-geral que parasse de apoiar os manifestantes e começasse a “fazer cumprir a lei!”.

Os manifestantes devem se reunir na embaixada dos EUA em Tel Aviv e na residência do presidente em Jerusalém, e na novamente Rua Kaplan de Tel Aviv e em “vários locais em todo o país” às 20h30.

Alguns empregadores, incluindo bancos, universidades e empresas de tecnologia, concederam folga a seus empregados para ales que quisessem participar dos protestos.

Desde que as negociações fracassaram no mês passado, a coalizão concentrou seus esforços legislativos na aprovação do projeto de lei de razoabilidade antes do encerramento da sessão de verão da Knesset, no final deste mês.

Ainda está por vir um ponto mais central do pacote legislativo de Levin, um projeto de lei para alterar o sistema de nomeações de juízes, transferindo-as para o controle político.

Netanyahu disse que planeja avançar na legislação de seleção dos juízes na sessão de inverno da Knesset, que começa em outubro.

Fonte: Revista Bras.il a partir de N12 e The Times of Israel
Foto e vídeo: Sarita Kraus (cortesia)

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