Protestos antes de audiência histórica no Supremo
Manifestantes antirreforma judicial reuniram-se em frente ao Supremo Tribunal, em Jerusalém, na noite de ontem, um dia antes da audiência sobre a lei que limita o padrão de razoabilidade.
Os trens com destino a Jerusalém estavam lotados, com grande movimento na estação ferroviária Yitzhak Navon de Jerusalém.
Vários líderes de protesto e políticos foram convidados a discursar no palco central. Após os discursos, os movimentos de protesto planejaram uma marcha em direção à residência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Amit Bachar, presidente da Ordem dos Advogados de Israel, afirmou que a opinião da maioria dos juristas é que o Supremo Tribunal de Justiça pode rever as leis básicas.
“São dias em que os ministros fazem discursos e ameaçam os juízes e a procuradora-geral, como falam as organizações criminosas e não os ministros”, disse Bachar.
Bachar apontou o que chamou de “falsas tentativas de retratar os juízes como pessoas agindo contra a vontade do povo”, afirmando que “não há mentira maior ou mais maligna do que esta. Os juízes de Israel são os representantes do povo. Eles protegem o povo e o regime democrático”.
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Na manhã de segunda-feira, componentes do grupo de protesto Brothers in Arms manifestaram-se em frente à casa do Ministro da Justiça, Yariv Levin, em Modi’in. Seis manifestantes foram presos por perturbar a paz e bloquear estradas.
Nesta terça-feira, o Supremo Tribunal de Justiça ouvirá petições contra a lei do padrão da razoabilidade, que restringe os casos em que os tribunais podem rever decisões administrativas governamentais consideradas “irracionais”.
O projeto foi a primeira parte do plano de reforma judicial do governo a ser aprovada. O projeto de lei foi aprovado como uma alteração à Lei Básica: O Poder Judiciário, o que significa que se o tribunal decidir revogar a alteração, será a primeira vez que os tribunais anularão uma lei básica.
Muitos membros da coligação alertaram que não irão acatar a decisão do tribunal se a alteração for derrubada.
A ex-ministra da Justiça, Tzipi Livni, disse sobre a crise constitucional que, “a diferença entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o deputado Yisrael Eichler, do Judaísmo da Torá é que um já chama o país de ‘gueto judeu’ e o outro provavelmente transformará o país em um se pararmos de lutar”.
Livni referia-se à ira de Eichler em relação a Netanyahu, depois de o primeiro-ministro ter observado que “Deus nem sempre protegeu os judeus na Europa”, num apelo aos fiéis para não viajarem para Uman, na Ucrânia. Eichler respondeu que foram realmente os sionistas que viraram as costas aos “judeus dos guetos”.
Livni acrescentou que, embora muitos tenham dito “que estamos à frente de uma potencial crise constitucional, a crise constitucional já está aqui”.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel e The Jerusalem Post
Foto: Organizadores do protesto