“Primeiro venceremos no Sul, depois cuidamos do Norte”, diz Netanyahu
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu participou, nesta segunda-feira, de uma reunião do Comitê de Relações Exteriores e Defesa da Knesset, onde comentou a continuação da campanha contra o Hamas e a possibilidade de abertura de outra frente de combate no norte do país.
“Em primeiro lugar, venceremos no Sul e depois também cuidaremos do Norte. Como primeiro passo, afastaremos o Hezbollah para além do rio Litani e, mais tarde, também teremos que cuidar da própria organização”, afirmou Netanyahu.
Netanyahu falou também que Israel deve permitir a entrada de ajuda em Gaza, explicando que isso lhe dá a possibilidade de conduzir uma campanha militar. “Se houver um colapso humanitário em Gaza, não poderei liderar esta campanha”, disse ele.
Sobre o envolvimento americano e as tentativas de pressionar Israel a tomar certas direções nos combates, o primeiro-ministro disse que “estamos exercendo pressão nos EUA através de entrevistas no horário nobre. Lá, não é como nos estúdios de Israel. Lá, eles deixam você falar”.
Netanyahu deixou claro que, na sua opinião, a Autoridade Palestina não pode de forma alguma ser a solução para governar Gaza no dia seguinte à guerra. “Oslo foi a mãe de todos os pecados. A diferença entre o Hamas e a Autoridade Palestina é apenas que o Hamas quer nos destruir aqui e agora, enquanto a AP quer fazê-lo por etapas. Cooperamos com eles contra o Hamas quando isso serve ambos os seus interesses e o nosso, e até um certo limite. Decidimos, há vários meses, que não queremos que eles entrem em colapso para que o Hamas não se levante também na Judeia e na Samaria”.
Netanyahu afirmou que o Estado de Israel será o único responsável pela segurança em Gaza no dia seguinte à guerra. “Apenas o Estado de Israel será responsável pela desmilitarização da Faixa. Os países do Golfo investirão na reconstrução e teremos de construir uma entidade que não nos queira destruir e que gerencie a administração civil naqueles países. Permitiremos que qualquer pessoa que queira sair o faça. Hoje, o Hamas não permite isso”.
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Posteriormente, vazou da discussão fechada que o primeiro-ministro afirmou que o número de vítimas dos Acordos de Oslo “é igual ao número de vítimas de 7 de outubro”, que é de aproximadamente 1.200 pessoas, “mas durante um período de tempo mais longo”.
A líder trabalhista Merav Michaeli protestou contra a comparação de Netanyahu, mas o presidente do comitê, Yuli Edelstein, interrompeu-a e repreendeu-a por “constantemente interromper e discutir com o primeiro-ministro”.
Outro confronto aconteceu entre os dois quando Michaeli destacou que o retorno dos reféns detidos pelo Hamas “não é apenas uma questão moral e humanitária, mas uma questão estratégica para o Estado de Israel e não podemos nos permitir não ver isso”. Ela virou-se para Netanyahu e disse-lhe: “É preciso lembrar que lá também há idosos da sua idade”.
A deputada Tally Gotliv gritou com Michaeli em resposta, “peço que o Primeiro-Ministro não seja referido como uma pessoa idosa”, mas Michaeli respondeu, “não há nada depreciativo nas pessoas idosas”.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Israel National News
Foto: Noam Moskowitz (Knesset)