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Políticos alertam contra a Marcha das Bandeiras

Quase um mês depois que a Marcha das Bandeiras, tradicional desfile do Dia de Jerusalém foi prejudicada pelo início do conflito com o Hamas, outra “marcha das bandeiras” deve ocorrer na Cidade Velha, marcada para esta quinta-feira.

A marcha está programada para passar pelo Portão de Damasco da Cidade Velha, perto do bairro de Sheikh Jarrah, no leste de Jerusalém, mas a Polícia de Israel ainda não aprovou o evento.

A marcha anual tradicionalmente ocorre no Dia de Jerusalém, quando Israel comemora a reunificação da cidade depois que as forças israelenses capturaram Jerusalém Oriental, incluindo a Cidade Velha e seus locais sagrados, na Guerra dos Seis Dias de 1967.

A Cidade Velha de Jerusalém, com o Monte do Templo, local dos templos judaicos bíblicos e agora lar da Mesquita Al-Aqsa e do santuário da Cúpula da Rocha, tem sido tradicionalmente um dos principais pontos de conflito com os palestinos.

Um post que circulou nas redes sociais no fim de semana convidou as pessoas a se juntarem à marcha de quinta-feira e afirmou: “A marcha da bandeira está voltando em grande momento! … Voltando a marchar nas ruas de Jerusalém com nossas cabeças erguidas e com bandeiras israelenses”.

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A rota da marcha anterior havia sido desviada do Portão de Damasco pela polícia pouco tempo antes de começar, devido ao aumento das tensões no bairro vizinho de Sheikh Jarrah em Jerusalém Oriental e no Monte do Templo.

Apesar da mudança de rota, as tensões continuaram a aumentar quando a polícia entrou em confronto com os manifestantes no Monte do Templo e o Hamas lançou foguetes em direção a Jerusalém pela primeira vez, um movimento que marcou o início da Operação Guardião das Muralhas.

No sábado, políticos israelenses apelaram ao comissário de polícia Yaakov Shabtai para impedir a marcha, alegando que a marcha tem uma agenda política por trás e pode levar a mais violência.

O ministro da Defesa, Benny Gantz, disse no sábado que exigirá que o desfile seja cancelado se “exigir medidas de segurança extraordinárias e colocar em risco a ordem pública e os processos diplomáticos”.

Em resposta ao anúncio de Gantz, o líder do Sionismo Religioso, Bezalel Smotrich, chamou o ministro da defesa de “covarde”.

“Não esperamos por um Estado judeu, independente e soberano por 2.000 anos, apenas para ter um ministro da defesa covarde se curvando publicamente às ameaças terroristas do Hamas (e convidando mais ameaças e mais terrorismo) e buscando impedir os judeus de marcharem com bandeiras israelenses em Jerusalém, nossa cidade sagrada e capital unificada”, tuitou Smotrich, instando o primeiro ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Segurança Pública Amir Ohana a anunciarem que a marcha será realizada conforme planejado.

Os legisladores árabes israelenses Ahmad Tibi, da Lista Conjunta, e Issawi Frej do Meretz, enviaram cartas ao chefe da polícia, exigindo o cancelamento da marcha.

Enquanto isso, o deputado  Itamar Ben Gvir, de extrema direita, disse que o desfile acontecerá independentemente dos avisos de que pode reacender a violência.

Mas a marcha remarcada pode reacender a violência na capital, e pode desafiar a aliança instável que está tentando derrubar Netanyahu.

O grupo terrorista Hamas alertou no sábado sobre as “consequências” da marcha passar pela entrada do Portão de Damasco. Muhammad Hamadeh, porta-voz do grupo terrorista em Jerusalém, pediu aos palestinos para irem à mesquita de Al-Aqsa, na quinta-feira, quando a marcha supostamente aconteceria, para “protegê-la da malícia do sionismo e de seus esquemas”.

Uma reunião será realizada neste domingo pela cúpula da Polícia para decidir se a marcha será permitida.

Fontes: The Jerusalem Post e The Times of Israel
Foto: Nettadi, CC BY-SA 4.0 (Wikimedia Commons)

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