Plano egípcio para Gaza exclui Hamas
Um plano para Gaza formulado pelo Egito exclui o Hamas da governança da Faixa de Gaza, quando a guerra terminar, de acordo com um rascunho do plano obtido pela CNN.
O plano deve ser discutido pelos líderes árabes reunidos no Cairo em uma cúpula de emergência, nesta terça-feira, e será apresentado ao presidente dos EUA, Donald Trump, nas próximas semanas, disseram fontes oficiais jordanianas à CNN.
O Egito está propondo a formação de um comitê palestino independente e tecnocrático para governar Gaza por um período provisório de 6 meses “sob a égide” da Autoridade Palestina (AP), sediada em Ramallah, na Judeia e Samaria, cujos membros não teriam nenhuma afiliação a facções palestinas, diz o documento.
Com a marca “Gaza 2030” e ostentando um logotipo presidencial egípcio, o documento de 91 páginas propõe que o Egito e a Jordânia treinem forças policiais palestinas para serem mobilizadas para proteger a Faixa.
A CNN não pôde confirmar a autenticidade do documento e entrou em contato com as autoridades egípcias para comentar.
A proposta foi formulada como uma resposta ao plano de Trump de tomar posse de Gaza, expulsar seus moradores para países vizinhos e transformá-la em uma “riviera” do Oriente Médio.
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O plano rejeita o deslocamento de palestinos de Gaza e apela à comunidade internacional para que enfrente a “catástrofe humanitária” criada pela guerra no enclave.
O plano pós-guerra, diz o documento, exige arranjos para a governança transitória “de uma forma que preserve a solução de dois estados” para o conflito israelense-palestino e “previna a eclosão de novos conflitos”.
Os líderes árabes começaram a chegar ao Cairo na tarde desta terça-feira antes da cúpula.
O documento apresenta um plano ambicioso para desenvolver shopping centers, um centro de convenções internacional e até mesmo um aeroporto dentro de cinco anos. Ele também visa atrair turistas construindo resorts e melhorando a costa mediterrânea do enclave.
O Egito estima os custos de reconstrução de Gaza em US$ 53 bilhões. Desse total, US$ 3 bilhões seriam alocados para remoção de entulho, limpeza de munições não detonadas e construção de moradias temporárias. Outros US$ 20 bilhões financiariam os dois primeiros anos de reconstrução, com foco em serviços públicos e moradias permanentes. Os US$ 30 bilhões restantes iriam para o desenvolvimento de um porto marítimo, aeroporto e zonas industriais.
A proposta também pede que o Conselho de Segurança das Nações Unidas considere enviar forças de paz internacionais para Gaza e para a Samaria e Judeia para proteger palestinos e israelenses.
O plano reconhece as dificuldades que podem ser enfrentadas para desarmar militantes na faixa. “É algo que pode ser enfrentado, e até mesmo encerrado para sempre, somente se suas causas forem removidas por meio de um horizonte claro e um processo político confiável”.
Na terça-feira, o alto funcionário do Hamas Sami Abu Zuhri disse à Reuters que as armas do grupo não eram negociáveis. “A arma da resistência é uma linha vermelha e ela não é negociável”, disse. “Não aceitaremos (nenhum acordo) para trocá-la por reconstrução ou entrada de ajuda”.
Fonte: Revista Bras.il a partir de CNN
Foto: Captura de tela (TRT World Now)