Peregrinação a Meron termina em caos
Dezenas de fiéis romperam as barreiras da polícia para entrar no local do túmulo do rabino Shimon bar Yochai no Monte Meron, na tarde desta quinta-feira, quase pisoteando as pessoas que já se encontravam dentro, criando uma situação caótica, depois que a polícia tinha conseguido restringir o tamanho da multidão na quarta-feira à noite.
Vídeos mostram a multidão de peregrinos empurrando as barricadas para entrar na sala em que está o túmulo de Bar Yochai, enquanto aqueles que estavam dentro os empurravam para trás e gritavam para eles pararem – exatamente o tipo de situação que a polícia se esforçou para evitar após o evento do ano passado, quando 45 pessoas foram esmagadas e morreram no maior desastre civil da história de Israel.
Outras imagens da cena mostram policiais brigando com os peregrinos que tentavam entrar no complexo. Os invasores foram vistos mais tarde comemorando depois de aparentemente terem rompido o cordão para o pátio central do local lotado.
Os distúrbios ocorreram pouco antes de um serviço memorial do estado, planejado para homenagear as vítimas do desastre do ano passado. Alguns familiares enlutados que tentavam entrar no local foram alvos de cuspes ou e objetos arremessados contra eles, informou a mídia israelense.
Quinze pessoas foram presas e dois policiais ficaram levemente feridos, informou a emissora pública Kan, acrescentando que a polícia resgatou várias crianças da multidão.
Como resultado da ação violenta da multidão, as autoridades anunciaram que estavam encerrando as festividades mais cedo, impedindo que milhares de pessoas que compraram ingressos entrassem no local na noite de quinta-feira.
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Em um comunicado anunciando a decisão, o vice-ministro de Assuntos Religiosos, Matan Kahana, acusou “grupos de fanáticos extremistas” de sabotar intencionalmente as festividades. Ele expressou apoio às ações da polícia, que visavam “proteger vidas”.
A cerimônia memorial foi adiante como planejado. Tzvi Tessler, que foi nomeado para coordenar a peregrinação a Meron após a tragédia, pediu desculpas às famílias pela forma o dia transcorreu.
“Lamento que um grupo de pessoas tenha decidido destruir intencionalmente e covardemente o que construímos e tenha conseguido”, disse ele, segundo a Ynet.
Novas restrições foram determinadas antes das comemorações do Lag B’Omer, após a tragédia do ano passado, que foram estritamente seguidas até a tarde de quinta-feira.
A polícia disse que as barreiras que foram derrubadas separavam os homens das mulheres no local sagrado e que várias mulheres e crianças que estavam dentro, no momento, precisaram ser retiradas rapidamente para evitar que fossem feridas.
Imagens de vídeo da cena mostram os homens derrubando violentamente as barreiras de metal, chutando-as e ocasionalmente jogando pedaços de metal.
“Neste momento, todo o serviço de ônibus para o Monte foi interrompido. Pede-se ao público que não tente vir ao local”, acrescentou a polícia.
O ministro da Segurança Pública, Omer Barlev, emitiu uma declaração criticando os “grupos de extremistas ultraortodoxos que se comportaram de forma violenta e selvagem” em Meron e oferecendo seu apoio à decisão das autoridades de encerrar o evento mais cedo.
O site de notícias Be’hadrei Haredim informou que a polícia, mais tarde, removeu algumas barreiras e parou de tentar controlar a multidão que pressionava para entrar no local, deixando-a entrar sem restrições.
Ao contrário dos anos anteriores, quando centenas de milhares de fiéis lotavam o santuário em Meron, a polícia este ano restringiu a entrada a 16.000 pessoas, irritando alguns peregrinos.
Aproximadamente 8.000 policiais foram enviados para a área ao redor do túmulo na quarta-feira para impor as novas regras de segurança.
A ordem foi, de modo geral, mantida na quarta e quinta-feira, embora alguns confrontos com a polícia tenham sido relatados.
Dentro do complexo, a multidão era significativamente menor do que nos anos anteriores. “Está vazio lá dentro”, reclamou um peregrino, que disse ter viajado quatro horas de Jerusalém, mas só teve permissão de permanecer no local do túmulo por 30 segundos.
Fonte: The Times of Israel
Foto: Policia de Israel