Os riscos que correm os soldados das FDI no exterior
A determinação da justiça brasileira para que a Policia Federal investigue um soldado israelense que estava em viagem de férias no Brasil, a pedido de uma fundação anti-Israel, no fim de semana, ilustra o perigo crescente enfrentado pelos membros das forças de segurança de Israel no exterior.
Após esse caso, no qual uma juíza brasileira determinou investigar um soldado das FDI por “crimes de guerra”, o presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Segurança, Yuli Edelstein, convocou uma discussão urgente para amanhã, sobre a questão da proteção contra a perseguição legal de soldados das FDI no exterior.
O risco prevalece principalmente para aqueles que serviram ou estão servindo atualmente, especialmente combatentes e apoiadores de combate para os quais há documentação em campo, como fotos de explosões em prédios ou tiroteios.
Além disso, muitas vezes, combatentes e apoiadores dos combates se expressam verbalmente no espaço das redes sociais com frases como “aniquilar Gaza” e “matar todos eles”.
No círculo mais amplo de risco estão os políticos, principalmente ministros e vice-ministros e até consultores jurídicos que aprovaram determinadas ações podem ser alvos.
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Em entrevista ao jornal Israel Hayom o advogado Ran Cohen Rochbarger, ex-coronel e ex-advogado-chefe de defesa militar, que agora possui um escritório especializado em direito militar e de segurança, falou sobre atitudes que devem ser tomadas por membros das FDI que ajudarão a evitar a prisão em países estrangeiros:
1 – Tentar estabelecer metas para políticas que sejam consideradas menos “hostis” a Israel, também em termos de atividade legal (notáveis pela negativa: Bélgica, Irlanda, Noruega, países africanos, alguns países sul-americanos).
2 – Se participou ativamente na guerra, como combatente ou como apoiante do combate, deverá consultar o Ministério do Exterior se tem alguma recomendação especial a seu respeito e ao destino que pretende visitar. Se você é soldado ou servidor permanente, é melhor verificar com a Divisão de Direito Internacional do Ministério Público Militar se há alguma instrução ou advertência especial.
3 – Em qualquer caso em que uma pessoa no exterior se apresente como tendo algum tipo de autoridade, que pretenda verificar ou investigar e apresente questões relativas ao seu serviço militar, é aconselhável cortar imediatamente o contato e informar a embaixada ou consulado israelense.
4 – Antes do voo, você deve examinar cuidadosamente sua rede social e excluir qualquer documentação que você postou ou foi marcado e que o conecte à atividade operacional na guerra.
5 – É importante ter os dados de contato da embaixada ou consulado local e ter os números de telefone disponíveis.
Além disso, o advogado Rochberger sugere evitar as seguintes ações:
1 – Não carregue postagens ou fotos nas redes sociais relacionadas à atividade operacional, especialmente em Gaza e no Líbano.
2 – É dever não postar ou comentar nas redes sociais declarações que vários partidos possam usar (tais como: “aniquilar Gaza”, “não há inocentes em Gaza”).
3 – Enquanto estiver no exterior, você deve evitar enviar fotos ou tags que mostrem sobre estar naquele país, o que dará aos elementos hostis uma “oportunidade” de tentar agir contra você em tempo real.
4 – É aconselhável evitar viajar para o exterior em locais onde exista um elevado potencial de atrito com manifestantes ou ativistas anti-Israel e não entrar em confronto com eles.
5 – Não conte a estranhos em restaurantes, bares ou recepções sobre o serviço militar. É impossível saber quem é e para onde as informações serão transferidas.
Por fim, Rochberger oferece um conselho antigo, mas ainda mais verdadeiro hoje: evitar falar alto em hebraico e evitar usar peças de roupa que comprovadamente identifiquem o turista como israelense.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Israel Hayom
Fotos: Canva e FDI