Os 7 ciclos da vida
Por Mary Kirschbaum
Percebo cada vez mais na clínica, o quanto as pessoas estão desorganizadas, sentindo suas vidas bagunçadas, perdidas. Muitas vezes vão caminhando meio sem rumo, “fluindo”, como gostam de dizer ou “dançando conforme a música”. Ok, às vezes é bom deixar fluir, mas só de vez em quando.
Na maioria do tempo, devemos estar conscientes. Devemos entender e nos conscientizar da vida, de sua natureza e da existência de algo maior que nos rege.
Paramos, observamos, nos observamos, nos percebemos.
Entendemos assim, que a vida é feita de ciclos, que são um período de tempo no qual se desenvolve, sucessivamente, um conjunto de acontecimentos, etapas e fenômenos, que uma vez finalizados se repetem novamente na mesma ordem do principio ao fim.
Segundo a religião judaica devemos guardar o sábado, ou cumprir o Shabat.
Shabat, sétimo dia, dia do descanso, após a construção do mundo.
Bem, o número 7 tem então um significado cabalístico. Ele representa a perfeição, a perfeita integração entre os mundos físico e espiritual, sendo, portanto, o símbolo do Universo em transformação.
Além do significado do Shabat, vemos que, a semana possui sete dias, temos sete planetas relacionados ao homem (Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno), são sete os deuses olímpicos, sete notas musicais, sete cores no arco-íris.
Levítico 25.8-9: “Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias das sete semanas de anos terão 49 anos. Então no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta do jubileu; no dia da expiação fareis passar a trombeta por toda a vossa terra”.
A teoria dos setênios, que faz parte dos estudos antroposóficos, é uma linha de pensamento praticada por médicos, psicólogos, pedagogos, levando em consideração que a vida de cada indivíduo é dividida também em fases de sete anos. Pensa-se que cada um desses períodos é marcado por problemas e formas de desenvolvimento diferentes. Dessa forma, uma solução para manter a vida equilibrada é que as pessoas se baseiem nos desafios de cada ciclo para pautar suas escolhas e vivências.
Os três primeiros ciclos que englobam dos 0 aos 21 anos, são denominados setênios do corpo, por ser um período em que o ser humano enfrenta a jornada do amadurecimento físico e formação da personalidade.
Dos 21 aos 42 anos: setênios da alma. Neste período, a pessoa já passou por todas as experiências básicas da vida nos aspectos conjugais, de trabalho e família. A partir dos 42 anos, o indivíduo está pronto para “iniciar” a vida com maturidade, profundidade e espiritualidade.
Quando se pensa, por exemplo, na criança. Ela não deve ser alfabetizada nos sete primeiros anos, mas sim, gastar energia, brincar e aprender pelos exemplos do adulto que as cercam. A ideia é deixar que a criança viva a primeira infância de forma intensa, respeitando as fases, porque o cérebro ainda não está pronto para ser alfabetizado.
Para viver os setênios com sabedoria, a pessoa deve ser ela mesma, mas ciente das mudanças da vida e do corpo, já que este possui sua própria sabedoria.
O “projeto” da nossa vida foi planejado antes de virmos para nossa nova jornada terrena e os ciclos de vida estimulam alguns aprendizados necessários ao amadurecimento da nossa alma.
O nosso livre arbítrio é a postura que adotaremos perante os eventos e desafios de cada ciclo. Nós somos responsáveis por nossas escolhas. Nós somos responsáveis por nossa caminhada. A identificação e interpretação desses ciclos possibilita maior compreensão das influências internas e externas a que estaremos sujeitos em cada período, possibilitando o planejamento de nossas ações e o maior domínio da nossa vida.
Nós temos que ter a coragem de vivenciarmos intensamente os aprendizados de cada ciclo para conquistarmos nossas vitórias e realizações.
O importante é estarmos no mesmo compasso da vida, sentindo em nossos corações, momentos de inspiração e momentos de expiração e nesta sintonia alcancemos nossas metas, encontrando nosso lugar aqui para vivermos nossas vidas com maior sabedoria.