ONGs exigem demissão de relatora da ONU
Duas ONGs enviaram uma carta aberta ao secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, e ao alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Tuerk, na terça-feira, pedindo a demissão de Francesca Albanese, relatora especial para os territórios palestinos.
O motivo da demanda são comentários recentes feitos por Albanese no Twitter, nos quais ela afirma que Israel não pode reivindicar seu direito de se defender contra “o povo que oprime/cujas terras coloniza”.
Os autores da carta expressaram “total consternação e indignação com as declarações abomináveis” feitas por Albanese, acrescentando que é “incompreensível que tal declaração seja feita por um representante da ONU”.
A carta foi enviada em nome do Fórum Jurídico Internacional, uma rede internacional de advogados e ativistas, que tem o objetivo de combater o antissemitismo, promover os direitos humanos e promover a paz no Oriente Médio, e o Salomão contra a Discriminação, uma ONG com sede na Itália que combate antissemitismo.
As declarações de Albanese foram feitas após ataques terroristas nos quais as irmãs Rina e Maia e sua mãe Lucy Dee, bem como um cidadão italiano foram assassinados.
A carta enfatiza que os comentários de Albanese são apenas os exemplos mais recentes de declarações tendenciosas da enviada da ONU.
“A Sra. Albanese tem uma longa história de antissemitismo e viés virulento, tanto antes quanto durante seu mandato como Relatora Especial, usando velhas alegorias antissemitas, como acusar ‘o lobby judeu’ de controlar os Estados Unidos, rejeitando repetidamente as preocupações de segurança israelenses após esta mais recente onda de terror, bem como comparando israelenses a nazistas, expressando apoio ao Movimento BDS e acusando o estado judeu de crimes hediondos de apartheid, genocídio e crimes de guerra”, afirma a carta.
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O Fórum Jurídico Internacional termina apelando à ONU para “garantir que a ONU cumpra suas próprias regras e padrões, demitindo a Sra. Albanese e abolindo totalmente seu cargo. A ONU seria muito melhor servida substituindo o mandato da Sra. Albanese por um Relator Especial para o Combate ao Antissemitismo”.
Albanese tem sido repetidamente criticada por autoridades e organizações israelenses que combatem o antissemitismo por seus comentários.
A nomeação de Albanese, em abril de 2022, foi denunciada por Israel depois que a então embaixadora na ONU, Meirav Eilon Shahar, afirmou que ela “comparou o Holocausto com a Nakba e defende a destruição de fato do estado-nação do povo judeu”.
Em dezembro de 2022, a indignação com os comentários de Albanese chegou ao auge quando ela falou via Zoom para uma conferência organizada pelo Hamas em Gaza, durante a qual ela declarou “vocês têm o direito de resistir a esta ocupação”. Também em dezembro, a missão de Israel na ONU em Genebra se pronunciou depois que a mídia israelense informou que Albanese havia usado a frase “lobby judeu”.
O Simon Wiesenthal Center então enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, escrevendo que “é um ultraje permitir que uma antissionista e antissemita comprovada lidere a investigação já tendenciosa do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre o conflito israelense-palestino”.
Fonte: The Jerusalem Post
Foto: Canva e Wikimedia Commons
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