O moderno Israel, do abismo ao cume
Por David S. Moran
Os dias entre o fim da festa da Páscoa até o Yom Haatzmaut (Dia da Independência) são dos mais tristes e tenebrosos da história moderna do Estado de Israel. O início é no dia em que Israel relembra o Holocausto (a Shoa) e o Heroísmo.
Os horrores do Holocausto são trazidos à tona e sempre há coisas novas que não sabíamos. Isto se deve aos sobreviventes que se fecharam e não queriam falar sobre esta época. “É para preservar vocês”, diziam os nossos pais, que agora são incentivados a falar da maldita época. Outro fator é o desvendamento de novos documentos que eram desconhecidos até agora.
No dia 18 de abril, Israel relembrou a Shoa e o Heroísmo. Muito se falou dos horrores que ocorreram durante os anos do Holocausto. O regime nazista da Alemanha, com seus colaboradores em outros países, teve por objetivo conquistar a Europa e matar os judeus. Além dos judeus teve como objetivo matar os comunistas, os inválidos, ciganos entre outros.
O heroísmo judeu teve inicio no Gueto de Varsóvia, que neste ano comemorou o 80º aniversário do levante no gueto. Poucos idealistas judeus levantaram-se contra o exército nazista. Conseguiram deter o avanço do exercito nazista, que teve que desviar forças para bombardear e queimar o gueto. Poucos sobreviveram a esta ação e depois da II Guerra Mundial, chegaram a Israel. Este ano foi o 35º ano da Marcha da Vida, com a participação de milhares de pessoas de 25 países. Foram encabeçados por Eyal Zukerman, neto de comandantes do Levante, Zvia Luvtkin e Antek Zukerman, acompanhado por Nir Yaari, neto da combatente Bela Yaari.
Em Israel, às 10:00 hs da manhã, as sirenes ecoaram por todo o país, paralisando-o por dois minutos. Os cidadãos param e se postam por dois minutos, silenciosos com os pensamentos do que ocorreu e dizendo nunca mais. Este é um ato singular que só ocorre em Israel. Em Yad Vashem, o Museu do Holocausto em Jerusalém, e na Knesset são lidos os nomes do milhões que perderam suas vidas durante o Holocausto.
À tarde, milhares fizeram a caminhada de Auschwitz para Birkenau, na Polônia. Entre os presentes estavam os Presidentes de Israel e da Polônia, autoridades e muitos jovens.
Outro ato de Heroísmo, são os “partizans” (guerrilheiros) judeus que se juntaram a outros combatentes liderados por Tito, que depois viria a ser o presidente da Iugoslávia.
Durante a guerra, um terço do povo judeu foi dizimado. Dos 18 milhões de judeus no mundo, só 12 milhões sobreviveram. Muitos deixaram o velho continente e construíram seus lares na velha Terra de Israel. Atualmente, vivem em Israel 148.000 sobreviventes. A idade média destes é de 85,8 anos, a maioria é de mulheres. Cerca de 31.000 tem mais de 90 anos e 462 tem 100 ou mais anos.
A cada ano mais pessoas se inteiram dos horrores do Holocausto através de uma campanha sensacional chamada “Zikaron baSalon” (Memória na Sala). Casas são abertas e dezenas de amigos, familiares e vizinhos vêm ouvir um estudioso no assunto ou um sobrevivente.
Também os jornais estão repletos, trazendo histórias inacreditáveis de como os poucos conseguiram sobreviver.
Nós continuaremos contar as histórias para lembrar e jamais esquecer.
Na semana que vem, Israel comemorará o seu 75º ano de Independência. Mas, o dia que antecipa o Yom Haatzmaut (Dia da Independência) é o Dia da Recordação aos que deram sua vida para que nós tenhamos um Estado Independente. É um dia muito triste, não só para os familiares dos soldados e civis que morreram nas guerras e conflitos armados, que Israel teve que travar contra os seus inimigos. Infelizmente esta batalha ainda continua.
O fanatismo religioso leva árabes e muçulmanos a atentar contra a existência do Estado de Israel. Evidentemente, não são todos, mas basta uma pequena minoria para destruir a coexistência pacífica com os vizinhos. Os extremistas usam Israel como um alvo para se unir, mesmo nos países árabes que têm relações com o Estado Judeu. Há provas de que todos os países vizinhos poderiam viver melhor se não tentassem combater Israel e tivessem relações de respeito mútuo, com visitas, com troca de mercadorias e com vida comum, como têm os países vizinhos que querem a paz.
Só para exemplificar. Os Emirados árabes Unidos, têm relações diplomáticas estabelecidas há quase três anos. Neste tempo a balança comercial já chega a 3 bilhões de dólares. Com o Egito, que é dezenas de vezes maior, territorialmente e em número de habitantes, Israel tem relações diplomáticas desde 1979 e a balança comercial é de algumas dezenas de milhões de dólares. Uma outra pergunta que pode ser levantada: porque os aiatolás do Irã, a 3.000 km do território israelense, declaram que querem “varrer Israel do mapa mundial”? Israel não tem disputa territorial com o Irã.
Imagem: Charge de Shlomo Cohen – Israel Hayom