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O antissemitismo, o vírus do ódio e Chanucá

Por Mary Kirschbaum

Para quem não sabe, Chanucá é uma festividade que fala sobre uma vitória contra o antissemitismo. Enquanto Haman, da história de Purim queria matar judeus, Antiochus, da história de Chanucá, queria matar o judaísmo.

Os Macabeus se tornaram um símbolo do ativismo judaico, de se recusar a viver com medo e por isso nosso costume de “expor” a chanuquiá, com suas luzes acesas do lado de fora da porta da frente de casa, ou numa janela, também para mostrar o milagre.

Chanucá transmite a forte mensagem de não apenas não nos conformarmos com a escuridão, mas para trazer luz ao mundo. Para combater o mal e não ter medo.

Após mais de meio século de educação sobre o Holocausto, após a tentativa mais sistemática já feita por uma civilização de encontrar uma cura para o vírus do ódio mais longo do mundo, é quase inacreditável ver a escuridão do antissemitismo retornando.

Acusa-se os judeus de genocídio. Aquela palavra trazida para falar da morte de seis milhões de judeus no Holocausto.

O antissemitismo prospera, infelizmente, no mundo todo, através da internet, onde o ódio fica “desinibido”; através de teorias da conspiração, na versão dos Protocolos dos Sábios de Sião, atualizadas para o século XXI e, hoje, ainda mais, com a guerra em Gaza.

O antissemitismo vindo, hoje em dia, através de um antissionismo, sempre culpou os judeus por seus infortúnios. O bode expiatório de escolha, há muito tempo.

Os judeus sempre foram uma minoria não-cristã, na Europa, na forma de estranhos arquetípicos, sendo assim mais fácil culpá-los e persegui-los.

O antissemitismo tem pouco a ver com os judeus. Eles são seu objeto, não sua causa, tendo a ver com a disfunção nas comunidades que o abrigam.

Infelizmente não conseguimos combater o antissemitismo sozinhos. A vítima não pode curar o crime. Necessitamos nos unir cada vez mais e lutar com as armas que temos para combatê-lo, talvez com auxílio à prevenção da educação contra o ódio.

Não é fácil. Mas nunca devemos esquecer a mensagem de Chanucá de revidar e não ter medo.

“Quaisquer que sejam as ameaças, tenha orgulho de ser judeu e compartilhe esse orgulho com os outros”.

“Milhares de vezes, nossa história foi escrita com lágrimas, mas sobrevivemos a todo império e civilização que procuravam nos destruir. Nosso espírito, simbolizado pelas velas de Chanucá é indomável. Onde outros espalham trevas, vamos trazer a luz!” (Rabino Jonathan Sacks z”l).

Chag sameach!

Um comentário sobre “O antissemitismo, o vírus do ódio e Chanucá

  • Mais um excelente e explicativo texto da Psicologa Mary.

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