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O antissemitismo como prelúdio do declínio da América

Por Deborah Srour Politis

Há um ditado que diz que tudo que começa com os judeus, nunca termina com os judeus.

É sabido que os judeus são o “canário da mina” da história. Em todas as culturas e continentes, onde os judeus floresceram, as sociedades ao seu redor também floresceram. Onde os judeus enfrentaram perseguição e expulsão, a história mostra, foi o prelúdio das forças sombrias que se apoderaram, degradaram, e, muitas vezes, destruíram a sociedade local. E não por causa da influência judaica em si. É que quando uma sociedade é tolerante, livre e protetora de suas minorias, ela é automaticamente próspera. As pessoas têm vontade de criar, de construir, de expandir seus negócios.

Os exemplos deste fenômeno são numerosos e profundos. A era de ouro das comunidades judaicas na Espanha, por exemplo, também foi uma era de sucesso sem precedentes do Reino. A expulsão dos judeus resultou num declínio fatal para o país. Os judeus foram fundamentais para a vibrante vida intelectual, artística e econômica da Alemanha nos séculos 18, 19 e 20. O ódio maligno e irracional de Hitler não apenas dizimou os judeus europeus, mas também destruiu a Alemanha e dezenas de milhões de vidas em toda a Europa.

Com essas lições de história em mente, como devemos ver o crescente antissemitismo na América hoje? Como algo inevitável que os judeus têm enfrentado desde sempre? Como algo pontual que temos que condenar? Ou como um perigo para a América – e os valores fundamentais que têm sido a base da ascensão deste país?

São os três. Mas o perigo para a América é inegável. Temos sim que nos preocupar com a maneira com a qual o antissemitismo reflete perigos mais amplos.

Quando tudo isso começou? Após o Holocausto, o antissemitismo foi politicamente incorreto na América por cerca de 30 anos, mas um novo tipo de antissemitismo começou a se originar na esquerda, especialmente nas universidades na década de 1960, logo após a vitória milagrosa de Israel na Guerra dos Seis Dias. Foi essa vitória em 67, e a nova aliança militar que Israel formou com América, que, na cabeça dos esquerdistas, transformou o estado judeu, de Davi lutando contra Golias em um cão colonialista e imperialista.

De xodó da esquerda, com uma economia socialista, os kibutzim, os moshavim e uma luta por sua sobrevivência contra todas as expectativas, assim que Israel se aliou com a América que eles odeiam, a esquerda se voltou contra ela.

Os quatro principais impulsionadores do antissemitismo na América – a direita radical dos neonazistas e skinheads, a esquerda ativista como Alexandra Ocasio Cortês, os muçulmanos radicais e os supremacistas negros, como Louis Farrakhan – todos também odeiam a América. Todos esses grupos e seus apoiadores procuram minar seus valores centrais de liberdade de expressão, democracia, direitos individuais, igualdade e pluralismo religioso. E todos eles veem os judeus – que desde sempre defendem esses valores – como alvos fáceis. Todos usam os judeus para provar que a América não tem nada de excepcional, nenhum mérito, e que ela é a culpada pelos males do mundo.

Embora o ódio aos judeus por supremacistas negros seja um fenômeno americano recente, a direita radical, a esquerda e os muçulmanos radicais odiaram os judeus por centenas ou milhares de anos. Cada um deles promovendo sua própria versão do antissemitismo clássico que resultou em libelos de sangue, pogroms, massacres e finalmente, o holocausto.

Na década de 1970, os movimentos da Esquerda pró União Soviética e China, começaram a formar alianças com grupos muçulmanos radicais porque ambos se posicionaram contra os valores ocidentais.

Apesar do fato de serem naturalmente desalinhados em seus sistemas de crenças e ideologias, essa parceria estratégica conhecida como aliança vermelho-verde é baseada em princípios antiocidentais, antiamericanos e antissionistas. Essa aliança se firmou na América na década de 1980, principalmente em universidades.

A Teoria Crítica da Raça (TCR), enraizada no marxismo, começou a se formar na mesma época, alegando que os brancos são inerentemente e irremediavelmente racistas e se beneficiam de várias “estruturas de poder” sistematicamente racistas.

Organizações alinhadas à TCR começaram a corroer os princípios fundamentais que fizeram dos Estados Unidos um país excepcional, substituindo o compromisso da América com direitos individuais e igualdade, meritocracia, estado de direito, tolerância, pluralismo, liberdade de expressão e capitalismo de livre mercado por políticas centradas em um mundo dividido racialmente e violento, imerso em teorias da conspiração e polarização política.

E no meio do caos, o objetivo é conseguir o controle do país. É só ver a política da abertura das fronteiras de Biden e seus democratas, trazendo as gangues criminosas, os traficantes de drogas que só no ano passado custaram a vida de mais de 100 mil americanos, tráfego de mulheres e crianças, a eliminação da fiança para criminosos, a legalização das drogas, tudo que em 2 anos transformou as cidades em que vivemos. Quem chega em NY hoje, não pode deixar de notar o cheiro de maconha que permeia o ar, os sem-teto e pedintes nas ruas e aqueles com problemas mentais nas plataformas de metrô.

Por seu lado, os muçulmanos também passaram a promover ideologias radicais na América, argumentando que grupos marginalizados e oprimidos (como eles …) devem se unir contra os opressores, que incluem Israel e o Judeus.

E se o antigo antissemitismo não fosse o suficiente, agora temos um novo tipo! Este Novo Antissemitismo, começou no início do século 21 com o Movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS). Com a aliança islamo-esquerdista por trás dele, o BDS, tem a agenda específica de demonizar o povo judeu e destruir o Estado de Israel. O problema é que este movimento rapidamente saiu das margens da sociedade e entrou no mainstream. Organizações da sociedade civil, universidades americanas e políticos da esquerda hoje endossam o BDS.

Por trás do BDS, sempre existiu um ódio ardente pela América, seu excepcional caráter liberal democrático e capitalista e sua influência mundial.

Com os judeus americanos incapazes de montar uma defesa eficaz contra o BDS devido ao nosso pequeno número, divisão e aversão ao conflito, o BDS ganhou popularidade nos últimos vinte anos, normalizando o antissemitismo como parte integrante do antiamericanismo.

O BDS e a TCR estão agora intimamente ligados por meio de uma outra teoria da esquerda: a “Interseccionalidade” que está sendo implementada agressivamente nos locais de trabalho e nas escolas por meio de políticas adjacentes ao TCR. Uma delas chegou até a Ordem dos Advogados de Nova Iorque tornando obrigatório aos advogados fazerem um curso de pelo menos uma hora a cada dois anos, em Diversidade, Equidade e Inclusão. Os americanos desde tenra idade estão sendo doutrinados para ver a América como intrinsecamente má, que deve ser totalmente refeita de acordo com os padrões social-comunistas e de raça.

Embora os judeus sejam um dos principais alvos desses grupos, o alvo final sempre foi a América.

Os judeus americanos precisam criar alianças com outros americanos focados em ajudar o público a entender que o antissemitismo que espalha BDS, TCR, Estudos Étnicos e políticas de Diversidade Equidade e Inclusão são, antes de mais nada, uma ameaça aos valores americanos tradicionais de família, liberdade de expressão, de negócio, de congregação, de religião e inclusive de nos vermos livres da intromissão do governo em nossas vidas.

Nada menos que o futuro da América – e da comunidade judaica americana – está em jogo.

Foto: HoppingRabbit34 at English Wikipedia, CC BY 3.0 (Wikimedia Commons)

Um comentário sobre “O antissemitismo como prelúdio do declínio da América

  • Ainda bem que Ysrael Chay! Estamos em tempos difíceis em todo mundo e fica claramente expresso que o mal quer sufocar o bem a qualquer preço. A inveja, o ódio das nações contra Eretz Ysrael fazem com que H’ aShem tenha mais piedade do seu povo escolhido e amado por Ele e que elas mesmo ( as nações) se distruirao com seu proprio ódio.

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