O absurdo da Assembleia Geral da ONU e da Conferência de Durban
Por David S. Moran
Nestes dias, chefes de Estado estão em Nova York, para falar na Assembleia Geral da ONU. Seria louvável se neste palco, os dirigentes mundiais estendessem o ramo de oliva para clamar pela paz mundial, tão almejada e a razão desta Organização.
A Organização das Nações Unidas foi criada, após a terrível 2ª Guerra Mundial, tendo em vista promover a paz mundial. Infelizmente, até hoje, este objetivo não foi alcançado. A violência continua em todos os cantos do mundo e talvez mais intensa. De lutas predominantemente nacionais e ideológicas, passaram a ter cunho mais religioso.
Infelizmente, neste aspecto, o Estado de Israel, sofre mais do que outros países. Seja pelo número de Estados muçulmanos (56), dos quais 22 são países árabes, que querem aparecer unidos (e não o são), seja pelo número de fiéis muçulmanos que vivem nos quatro cantos do mundo, avaliado em 1,5 bilhão.
A ONU e suas agências há muito que não cumprem o seu dever. No caso do conflito árabe-israelense e mais precisamente no conflito palestino-israelense, a distorção é inacreditável.
Não é preciso investigar muito para ver o vexame desta distorção. Veja o caso das Forças da Paz, que foram enviadas às fronteiras dos países vizinhos de Israel. Em 1967, o presidente egípcio Nasser ordenou a retirada das forças da UNEF (United Nations Emergency Forces) que tinha o Batalhão Suez, brasileiro, e estavam na Faixa de Gaza, naquela época parte do Egito. Nasser queria exterminar o Estado de Israel, em nome do pan-arabismo. Pediu a ONU para não lhe atrapalhar e as forças da UNEF saíram. Nasser e o Egito foram abatidos, o presidente teve que renunciar.
Após a guerra do Yom Kipur (1973), parte dos acordos entre Israel e a Síria, foi a criação da UNDOF (UN Disengagement Observer Force), acantonada na Síria para controlar os dois lados. As “boinas azuis” curtem, observam e quando o regime de Bashar Assad assassina centenas de milhares de sírios, eles fogem para o lado israelense da fronteira onde estão seguros. Assim também é no Líbano. Para esta fronteira, foi criada a UNIFIL (Força Interina da UN). Ali eles não relataram as ações e o fortalecimento da Hizballah, que enfraquecia o governo central libanês. Nestes dias, Israel protestou contra o comandante da UNIFIL, que acusou a Força Aérea de Israel de violar o espaço aéreo libanês. A resolução 1701 da ONU criou esta força com o objetivo de impedir o rearmamento da Hizballah. Mas este esforço, claro como a luz do dia e das palavras do líder da organização terrorista, Nassrallah, não é visto pelo Major General, Stefano Del Col, da Itália.
A ONU criou uma Agência para lidar com refugiados do mundo (a ACNUR). Esta lida com dezenas de milhões de refugiados. Mas, há refugiados “privilegiados”. Estes são os refugiados palestinos. Para eles foi criada a UNRWA – Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos. Esta mantém escolas com professores árabes que também ensinam o ódio aos judeus, a Israel e, quando dá tempo, aos cristãos. Não é preciso vasculhar muito para obter informações. Teses de ódio estão nos livros escolares e Israel adverte há anos. Ultimamente a agência UN Watch publicou lista de mais de 100 educadores da UNRWA, que violaram as regras da organização ao postarem material antissemita, para seus seguidores. O diretor da UNRWA, disse que investigará a acusação. Investigação que de nada ajudará, pois ele e todos conhecem os fatos.
Estes e outros fatos são de conhecimento público e quase nenhuma providência é tomada. Seja pelo motivo de os países membros temerem não obter fatia do capital árabe, seja por países de cunho ideológico, que preferem colocar-se ao lado de opressores, de violadores dos direitos humanos, dos racistas, de regimes decadentes. Isto também vale a alas que se intitulam “progressistas”, nos países ocidentais, que não veem a ironia e hipocrisia ao tomarem atitudes anti-israelenses, ao preferirem os que ferem os direitos da mulher, das ciências e progresso.
Dados de condenações na UNHRC agência dos Direitos Humanos, entre os anos 2006-2021: Coreia do Norte – 14, Mianmar – 25, Zimbabue – 0, Paquistão – 0, Bielorrússia – 12, Somália – 0, Sudão – 0, Síria – 36, Arábia Saudita – 0, Catar – 0, Irã – 11, Eritreia – 10, China – 0, Venezuela – 0, Cuba – 0, Israel – 95.
A Conferência de Durban. Também chamada de Conferência Mundial Contra o Racismo…
Foi criada em 2001, na cidade sul-africana Durban e virou tradição realiza-la a cada cinco anos, no final da Assembleia Geral Da ONU. Virou um cenário contra tudo que o Ocidente representa e contra Israel. Entre os que participaram estava Fidel Castro, Luís Inácio Lula da Silva e outros líderes. Só para se ter ideia dos líderes, em 2009, o convidado de honra foi o então presidente da República Islâmica do Irã, Mahmoud Ahmadenijad. Este mesmo que a toda hora falava na destruição do Estado de Israel.
A cada ano que passa, mais e mais países boicotam este recinto de ódio e racismo, apesar do nome que tem. Este ano, o Ministro do Exterior, Yair Lapid, trabalhou arduamente e conseguiu ter 36 países, que não participarão da Conferência da Infâmia. É uma pena que até o momento em que escrevo, o presidente Bolsonaro do Brasil, não aderiu a este boicote. Justamente o Brasil, considerado país aliado de Israel. Espero que esteja enganado.