Nova gestão Trump: o que esperar no Oriente Médio?
Por Marcos L Susskind
Neste mês de Janeiro, o Presidente Trump volta à Casa Branca, fato que pode trazer significativas mudanças na relação dos Estados Unidos com o Oriente Médio e mesmo entre as diferentes correntes dentro do Oriente Médio.
No seu primeiro mandato, Trump conseguiu realizar os Acordos de Abraham que reaproximaram Israel, Sudão Marrocos, Bahrein e Emirados Árabes Unidos. É bastante provável uma continuação destas ações, levando a Arábia Saudita a estabelecer relações com Israel e – por consequência – muitos outros países árabes sunitas. Ao mesmo tempo, é possível antever uma melhora nas relações com Israel, que estiveram enfraquecidas nos últimos governos democratas.
O Irã, beneficiado pela administração Obama e Biden, perdeu seu protagonismo com o significativo golpe recebido pelo Hezbollah, pelo Hamas e pelo enxotamento da família Assad da Síria. Trump deve endurecer frente à política expansionista dos aiatolás iranianos e frente à suas ambições tanto hegemônicas como nucleares. Acredito que serão tentadas negociações mas, se não levarem a bom termo, ações militares podem ocorrer.
Durante a administração Biden houve um crescimento notável da influência da China e da Rússia em diversos países árabes, algo que Trump provavelmente tentará conter. Isto não se limita ao campo diplomático e militar, mas também na questão comercial, pois Trump tem grande interesse na melhora da indústria manufatureira norte-americana e no aumento de suas exportações. Afinal Trump sempre afirma seu lema: America First.
É de acreditar que também internamente a questão do Oriente Médio ganhará atenção especial. Ele já declarou que estudantes estrangeiros que se manifestam contra Israel e a favor de atos antissemitas não terão seus vistos de estudante renovados. Este seguramente será um ponto de tensão entre as universidades, os grêmios estudantis e a administração Trump. Mas cabe lembrar que Trump, na gestão passada, conseguiu fazer prevalecer seus pontos de vista mesmo sob intensa crítica pública.
Nova gestão, novos desafios, novas decisões e uma perspectiva de anos com menos tensões internacionais. Afinal, em sua primeira gestão, não houve guerras significativas no mundo.
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