Netanyahu convoca embaixador brasileiro
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, acusou Israel, no domingo, de perpetrar um “genocídio” contra civis palestinos em Gaza, comparando a guerra do Estado judeu contra o Hamas ao Holocausto nazista.
“O que está acontecendo em Gaza com os palestinos não aconteceu em nenhum outro momento da história. Na verdade, aconteceu: quando Hitler decidiu matar os judeus”.
“O que está a acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, é um genocídio”, disse o presidente brasileiro aos jornalistas em Adis Abeba, na Etiópia, onde participava da Cerimônia de Abertura da 37ª Cúpula da União Africana.
“Não é uma guerra de soldados contra soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças”.
Estes foram alguns dos comentários de Lula sobre o conflito, uma voz proeminente do hemisfério sul, cujo país detém atualmente a presidência rotativa do G20.
O líder de 78 anos condenou o ataque do Hamas em 7 de outubro a Israel como um “ato terrorista”. Mas desde então ele tem criticado veementemente a campanha militar de retaliação de Israel.
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O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que “as palavras do presidente brasileiro são vergonhosas e severas. Esta é a banalização do Holocausto e uma tentativa de prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender”.
“A comparação entre Israel e o Holocausto nazista e Hitler é uma linha vermelha. Israel está lutando pela sua defesa e para garantir o seu futuro, até a vitória total e o fará respeitando o direito internacional”.
“Decidi, junto com o Ministro do Exterior, Israel Katz, convocar imediatamente o embaixador brasileiro em Israel para uma séria repreensão”.
“Acusar Israel de perpetrar um Holocausto é ultrajante e abominável. O Brasil está ao lado de Israel há anos. O Presidente Lula apoia uma organização terrorista genocida, o Hamas, e ao fazê-lo traz grande vergonha ao seu povo e viola os valores do mundo livre, disse o Ministro da Defesa Yoav Gallant.
O Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, tuitou em resposta às palavras do Presidente do Brasil: “As palavras desprezíveis do presidente do Brasil são perturbadoras, mas nada surpreendentes. Ele é um presidente corrupto, um fervoroso defensor da organização BDS, que o Hamas considera um amigo próximo. O Estado de Israel e as FDI estão travando uma guerra justificada em Gaza, nenhum líder mundial antissemita nos dirá como agir para restaurar a segurança da nossa maravilhosa nação”.
Dani Dayan, presidente do Yad Vashem, disse que os comentários do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva comparando a ação israelense em Gaza ao Holocausto são antissemitismo flagrante. “As palavras vergonhosas do presidente do Brasil são uma combinação ultrajante de ódio e ignorância”, tuitou Dayan, observando que é claramente antissemita segundo a definição de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA). “Comparar um país que luta contra uma organização terrorista assassina com as ações dos nazistas no Holocausto é digno de toda condenação”, acrescentou. “É triste que o presidente do Brasil tenha descido a tal nível de distorção extrema do Holocausto”.
O discurso do presidente brasileiro repercutiu em todas as mídias de Israel e também nos veículos de comunicação árabes.
Fonte: Revista Bras.il a partir de i24NEWS, Ynet, Israel National News, GPO, X
Foto: Ricardo Stuckert (Presidência da República)