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Negociações sobre reféns são retomadas com otimismo

Um progresso significativo foi feito durante as negociações de reféns realizadas, na terça-feira, no Cairo, por autoridades israelenses, egípcias e americanas. As negociações em Doha, no Catar, estavam programadas para acontecer nesta quarta-feira .

A autoridade norte-americana disse que as negociações se concentraram em questões relacionadas à implementação da primeira fase do possível acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, e esclareceu que ainda há um longo caminho a percorrer antes que um acordo possa ser alcançado.

Mediadores egípcios, catarianos e americanos têm se esforçado para fechar um acordo entre Israel e o Hamas para a libertação de mais de 100 reféns que o grupo terrorista palestino sequestrou de Israel durante seu devastador ataque de 7 de outubro e que ainda estão mantidos em cativeiro.

Uma fonte israelense foi citada pelo Canal 12, na terça-feira à noite, fazendo uma avaliação mais cautelosa, dizendo que “os relatórios egípcios de progresso são prematuros” e alertando que “negociações difíceis e complexas são esperadas”.

A fonte não identificada também observou que “ainda há questões não resolvidas a serem tratadas que não são simples”.

No entanto, a fonte disse, “um esforço imenso será feito para atingir um avanço” e “há uma oportunidade genuína de se chegar a um acordo. O objetivo é produzir o melhor acordo possível dentro de algumas semanas”.

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Uma autoridade israelense não identificada disse ao Haaretz que “há um sentimento de que os lados querem chegar a um acordo, mas há diferenças significativas”.

A autoridade alertou que as reportagens da mídia sobre o progresso provavelmente criarão uma falsa sensação de esperança entre as famílias dos reféns de que um acordo é iminente.

Um diplomata estrangeiro, não identificado, disse que o principal ponto de discórdia era a questão do fim da guerra. “É duvidoso que seja possível obter a libertação dos reféns quando os dois lados estão consolidando suas posições sobre o assunto”, disse ele.

A retomada das negociações no Egito e no Catar ocorre depois que o Hamas disse no sábado que estava pronto para discutir um acordo de reféns e o fim da guerra em Gaza sem um compromisso inicial de Israel com um “cessar-fogo completo e permanente”.

Essa declaração constituiu uma mudança na posição que o Hamas manteve em todas as negociações anteriores, desde novembro, embora autoridades do Hamas também tenham dito que o grupo terrorista está exigindo garantias dos mediadores de que Israel acabará com a guerra.

A delegação israelense que desembarcou em Doha na quarta-feira é liderada pelo chefe do Mossad, David Barnea, pelo chefe do Shin Bet, Ronen Bar, e pelo negociador-chefe das FDI, Nitzan Alon. O chefe da CIA, Bill Burns, deve comparecer, assim como o chefe da inteligência do Egito, Abbas Kamel, e o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani.

De acordo com o Canal 12, as negociações se concentrarão na mais recente proposta israelense, partes da qual foram detalhadas pelo presidente dos EUA, Joe Biden, no final de maio. Inicialmente a proposta foi rejeitadas pelo Hamas, mas relatos recentes indicam uma flexibilização do grupo terrorista.

O Canal 12 disse que os lados concordaram com um acordo de três estágios, com uma paralisação de 42 dias na guerra no primeiro estágio, e sobre as “categorias” de reféns israelenses a serem libertados, com os reféns “humanitários” sendo libertados no primeiro estágio, incluindo mulheres, idosos e doentes. A reportagem afirma que também havia um acordo de que não haveria nenhum compromisso israelense inicial para acabar com a guerra. Sem o consentimento do Hamas para isso, as negociações não iriam adiante.

Entre as áreas ainda a serem finalizadas, estão a questão de quantos prisioneiros de segurança palestinos serão libertados para cada refém e a identidade desses prisioneiros; se Israel terá poder de veto sobre prisioneiros específicos; e os procedimentos em torno da interrupção dos combates na primeira fase e os detalhes da retirada das tropas.

Mais importante, os lados não concordam sobre os principais aspectos da transição da interrupção da luta no primeiro estágio para um potencial cessar-fogo permanente. Israel está exigindo “um ponto de saída” entre os dois estágios, em linha com a insistência do Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu de que a guerra não terminará até que o Hamas seja destruído. O Hamas, por outro lado, quer que o cessar-fogo inicial seja mantido pelo tempo que for necessário até que as negociações sejam finalizadas sobre um cessar-fogo permanente e o fim da guerra, o que Jerusalém diz que poderia permitir ao Hamas arrastar as negociações indefinidamente.

O Canal 12 também disse que houve “um certo progresso” nas negociações de terça-feira no Cairo, que se concentraram na passagem de fronteira de Rafah e na Rota Filadélfia ao longo da fronteira Gaza-Egito, ambas agora sob controle israelense, tendo sido capturadas pelo exército.

“Israel terá dificuldade em concordar em se retirar da Rota Filadélfia”, disse um alto funcionário israelense não identificado, citado pelo Canal 13.

Uma complicação adicional é a potencial repercussão política em Israel da proposta. De acordo com o Haaretz, autoridades israelenses avaliaram que se o plano avançar com os termos-chave existentes, isso causará o colapso do governo, com partidos de extrema direita abandonando a coalizão por qualquer acordo para acabar com a guerra.

Uma fonte política disse ao Haaretz que se a proposta de reféns avançar em direção a um acordo, Netanyahu “terá que tomar uma decisão política e não apenas diplomática, e não está claro como ele agirá”.

Tanto o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, que lidera o partido Sionismo Religioso, quanto o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, que lidera o Otzma Yehudit, ameaçaram repetidamente abandonar a coalizão nos últimos meses, em um esforço para impedir que Jerusalém concordasse com um cessar-fogo em Gaza.

Eles consideram qualquer acordo que encerre a guerra antes da eliminação do Hamas como um fracasso e uma derrota.

No início desta semana, antes das negociações no Cairo e Doha, Netanyahu divulgou uma lista de quatro exigências israelenses não negociáveis, incluindo uma garantia de que Israel poderia retomar os combates, o que precisaria ser cumprido em qualquer acordo de libertação de reféns e cessar-fogo com o Hamas.

A declaração de Netanyahu, em uma fase crucial antes da retomada das negociações, gerou revolta em Israel e entre os mediadores, com alguns acusando-o de tentar sabotar o progresso duramente conquistado.

As outras três exigências eram acabar com o contrabando de armas para o Hamas através da fronteira entre Gaza e Egito, que milhares de “terroristas armados” não tivessem permissão para retornar ao norte de Gaza e que Israel buscaria a libertação do maior número possível de reféns ainda vivos.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Foto: Wikimedia Commons

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