“Não subestime o presidente dos EUA”, diz Biden a Netanyahu
O gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu respondeu aos relatos de que o presidente dos EUA, Joe Biden, estaria profundamente frustrado com a paralização das negociações do acorde de cessar-fogo.
Em comunicado, o gabinete de Netanyahu disse que “o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não discute o que foi dito em conversas fechadas com o presidente dos EUA. Ele não interfere na política americana e trabalhará com quem quer que seja eleito presidente, assim como ele espera que os americanos não interfiram na política israelense”.
De acordo com a reportagem do Canal 12, a conversa entre os dois líderes foi acirrada e Biden disse a Netanyahu, “pare de me enganar!”. No final da conversa, ele disse a Netanyahu, “não subestime o presidente dos EUA”.
As tensões regionais aumentaram após o assassinato de Ismail Haniyeh, principal líder do Hamas, na quarta-feira, um dia após um ataque israelense em Beirute ter matado Fuad Shukr, um alto comandante militar do grupo libanês Hezbollah, que, assim como o Hamas, é apoiado pelo Irã.
O Irã e o Hamas culparam Israel pela morte de Haniyeh, e eles, junto com o Hezbollah, juraram vingança. Israel não assumiu ou negou responsabilidade.
Questionado por repórteres se o Irã recuaria, Biden disse no sábado em resposta a uma pergunta gritada: “Espero que sim. Não sei”.
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Buscando reforçar as defesas no Oriente Médio em resposta às ameaças dos inimigos de Israel, o Pentágono disse, na sexta-feira, que enviaria mais caças e navios de guerra da Marinha para a região.
A morte de Haniyeh foi mais uma de uma série de assassinatos de figuras importantes do Hamas à medida que a guerra de Gaza se aproxima de seu 11º mês, e alimentou a preocupação de que o conflito em Gaza estivesse se transformando em uma guerra mais ampla no Oriente Médio.
O Hamas disse que iniciou um “amplo processo de consulta” para escolher um novo líder, três dias após o assassinato de Haniyeh, que era o “rosto da diplomacia internacional do grupo”.
Os EUA e parceiros internacionais, incluindo França, Grã-Bretanha, Itália e Egito, continuaram os contatos diplomáticos no sábado, buscando evitar uma maior escalada regional.
Os EUA pediram aos seus cidadãos que desejam deixar o Líbano que comecem a fazer planos imediatamente, e o governo britânico aconselhou seus cidadãos a “partirem agora”. O Canadá alertou os cidadãos para evitarem todas as viagens a Israel, dizendo que o conflito armado regional colocava a segurança em risco.
A violência continuou no sábado nos territórios palestinos. Ataques aéreos israelense na Samaria e Judeia mataram nove terroristas, incluindo um comandante local do Hamas.
O exército israelense disse que o primeiro de dois ataques aéreos atingiu um veículo perto da cidade de Tulkarem, tendo como alvo uma célula militante que estava a caminho para realizar um ataque.
Um comunicado do Hamas disse que um dos mortos era um comandante de suas brigadas Tulkarem, enquanto seu aliado Jihad Islâmica reivindicou os outros quatro homens que morreram no ataque como seus combatentes.
Os canais de mídia árabes posteriormente declararam que entre os mortos no ataque estava o xeque Haitham Balidi, um líder das Brigadas Izzadin al-Qassam de Tulkarem. As Brigadas Qassam são o braço armado do Hamas e estão ativas na Samaria e Judeia e na Faixa de Gaza.
Horas depois, um segundo ataque aéreo na área teve como alvo outro grupo de militantes que havia atirado contra tropas, disseram os militares israelenses, durante uma operação antiterrorista em Tulkarem.
A agência de notícias palestina WAFA disse que quatro pessoas morreram naquele ataque, e o Hamas disse que todos os nove mortos nos dois ataques israelenses eram combatentes.
Uma delegação israelense fez uma breve visita ao Cairo na noite deste sábado em uma tentativa de retomar as negociações de cessar-fogo em Gaza. As autoridades israelenses retornaram a Israel horas depois, disse a mídia israelense.
As chances de um avanço parecem baixas após os últimos incidentes no Líbano e no Irã. Israel não disse se estava ou não por trás do assassinato de Haniyeh. Mas Netanyahu disse no começo desta semana que Israel havia dado golpes esmagadores nos representantes do Irã ultimamente, incluindo Hamas e Hezbollah.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Israel National News e Reuters
Foto: Rawpixel