Ministro Gallant adverte Nassrallah
Por David S. Moran
Nos últimos meses parece que o Irã está pressionando mais Hassan Nasrallah (secretário-geral do Hizballah) a desafiar e talvez até entrar em combate com Israel.
Nestes últimos meses, Israel foi provocada pelas forças da Hizballah muitas vezes e não reagiu. Entre essas provocações podemos enumerar o lançamento de drone em direção ao poço de extração de gás no campo de Karish no Mar Mediterrâneo; o envio de um terrorista que conseguiu penetrar até Megido e fracassou na sua missão; o lançamento de 34 foguetes anti tanques, sem atingir ninguém; subir em posto de filmadoras na fronteira e roubar as câmaras; colocar duas barracas de 30 metros dentro do território israelense e devido a pressão, retirar apenas uma; fazer avançar forças de elite da Hizballah (Força Radwan) e se posicionar em vários pontos ao longo da fronteira com Israel, como se fosse de tímidos civis.
Em nenhuma dessas violações da Hizballah, Israel reagiu e, portanto, Nasrallah teve mais auto-confiança em desafiar o governo de Israel. Nasrallah, evidentemente, está ciente da cisão que ora abala a sociedade israelense e naturalmente impede ação imediata das Forças Armadas de Israel (FDI).
Israel está completando a construção de obstáculo significativo, que dificultará forças da Hizballah de penetrar ao território israelense. Lembramos que Israel descobriu e fez explodir (12/2018) ou bloqueou com cimento túneis que a Hizballah construiu para tentar penetrar no território israelense. O obstáculo é a construção de muro por cima e por baixo da terra com vários instrumentos de detecção.
Com a pressão subindo, esta semana o Chefe do Estado Maior acompanhado de vários oficiais de alta patente fez uma visita à fronteira com o Líbano (02/08). Esta foi a segunda visita em duas semanas do Tenente-General, Herzi Halevi. Na última terça-feira (08/08) o Ministro da Defesa Yoav Galant também fez uma visita ao longo da fronteira libanesa e mandou um aviso a Nasrallah: “Advirto a Hizballah e ao seu chefe Nasrallah, não cometa o erro de nos atacar. Se o fizerem nos reagiremos com toda a força e destruiremos cada metro da Hizballah”. A advertência é valida também ao bairro de Dahia, em Beirute, onde o Nasrallah está refugiado num porão debaixo da terra. O Líbano pretende pedir as forças do UNIFIL (da ONU que tem missão de vigiar e reportar qualquer violação do cessar fogo), mas não o faz a rigor.
A situação na terra dos cedros é das piores. Há meses que não tem presidente, que seria a pessoa a quem se dirigir. Pela Constituição libanesa de 1932, este deve ser cristão, mas as facções não chegam a um acordo. A Hizballah perdeu a maioria que tinha no parlamento, mas seus adversários também não chegam a acordo para formar um novo governo.
O Irã se aproveita da situação e arma ainda mais suas proxies no Líbano, na Síria, na Faixa de Gaza e na Samaria e Judeia. Israel tenta obstruir este fortalecimento, atacando comboios de veículos que transportam armamento, ou componentes importantes iranianos para as forças adversárias. Na quinta-feira (10/08) um caminhão tombou na aldeia cristã Kchala, junto a via principal de Damasco a Beirute. O caminhão era da Hizballah e quando os habitantes se aproximaram para ver o conteúdo que o caminhão levava, foram recebidos a tiros, para não se aproximar. Um cristão e uma das pessoas da Hizballah morreram na troca de fogo. Pelo visto, o caminhão transportava material bélico e os residentes ficaram indignados porque passava perto de suas casas.
Os tambores de guerra estão ecoando e como está escrito em Jeremias A, 14,”Do Norte virá o mal”. A Hizballah tem cerca de 150.000 foguetes, que poderão causar sérios danos humanos e materiais, mesmo com o poderio das FDI. Só se espera que a atual situação em Israel não leve a Hizballah a fazer a bobagem de entrar em confronto com Israel. Nas horas de crise, todos estarão unidos para combater o inimigo de qualquer lugar que venha. Nasrallah está cheio de auto confiança. Terá que lembrar o que disse quando deu inicio a Segunda Guerra do Líbano, “se eu soubesse que esta seria a reação de Israel, não a teria iniciado”.
Foto (ilustrativa): Wikimedia Commons