Ministra líbia é suspensa após reunião com israelense
Protestos e motins aconteceram na Líbia, horas após relatos sobre a reunião secreta entre a ministra do Exterior e o chanceler de Israel em Roma.
Ela foi suspensa do seu cargo, após o que o país publicou a carta que lhe foi enviada pelo primeiro-ministro líbio, Abdul Hamid al-Dbeibeh, sobre a nomeação de um substituto interino para o cargo.
Mais tarde, o meio de comunicação Alwasat com sede na Líbia informou que, segundo fontes de segurança, a ministra tinha fugido do país e ido para a Turquia.
O Ministério do Exterior da Líbia publicou posteriormente sua versão da reunião e afirmou que a ministra “recusou-se firmemente a realizar uma reunião com qualquer representante israelense e mantém sua recusa.
O que aconteceu em Roma foi um encontro não planejado e não oficial durante sua reunião com o ministro italiano”. Segundo nota do ministério, “não houve discussões ou acordos, muito pelo contrário, a ministra apresentou sua postura intransigente e não recuou de sua posição em relação à questão palestina”.
O encontro entre os dois ministros aconteceu na residência do ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, mas não foi espontâneo, segundo fontes em Jerusalém.
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Reuniões com altos funcionários líbios precederam a reunião, inclusive com a própria Mangoush.
Os meios de comunicação do país e do mundo árabe relataram diversas manifestações ocorridas em cidades da Líbia, onde bandeiras israelenses também foram queimadas em protesto ao encontro entre os dois ministros do Exterior.
Além disso, o Conselho Presidencial da Líbia teria apelado a al-Dbeibeh para abrir uma investigação para compreender as circunstâncias em que a ministra se reuniu com o ministro israelenses na Itália. Membros do Partido Justiça e Construção, afiliado à Irmandade Muçulmana, criticaram a reunião.
“Condenamos as notícias veiculadas na mídia israelense sobre o encontro entre os dois ministros do Exterior”, afirmou o partido em comunicado. “Este passo, que fere todo o povo líbio, requer esclarecimento”. O partido exigiu que o primeiro-ministro demitisse a ministra do Exterior de seu cargo e descreveu a medida como uma “linha vermelha que não deve ser ultrapassada”.
Outros membros do parlamento na Líbia também exigiram esclarecimentos do governo sobre a reunião, e alguns até pediram desculpas oficiais e públicas do governo.
Mangoush começou a atuar na esfera política da Líbia após a destituição do presidente Muammar al-Gaddafi, em 2011, e atuou como ministro do Exterior no governo de Trípoli sob a liderança do primeiro-ministro Abdul Hamid al-Dbeibeh desde a sua posse em março de 2021. Mangoush é a primeira mulher a ocupar este cargo na Líbia.
O cenário político na Líbia está dividido, com um cessar-fogo mantido entre o Ocidente (Trípoli) e o Oriente (Benghazi) que foi alcançado no final de 2020.
A reunião de Mangoush e Cohen marca a primeira entre os ministros do Exterior dos dois países, que não mantêm relações diplomáticas oficiais. O Diretor-Geral do Ministério do Exterior de Israel, Ronen Levi, também esteve presente.
Os ministros discutiram os laços históricos entre as duas nações, a herança dos judeus da Líbia, a possibilidade de colaboração entre os países e a ajuda humanitária israelense.
De acordo com Cohen, “esta reunião histórica é um primeiro passo no relacionamento entre Israel e a Líbia. O tamanho e a localização da Líbia conferem ao relacionamento um enorme significado e um enorme potencial para o Estado de Israel”.
Ele acrescentou: “falei com a ministra sobre o imenso potencial para ambos os países, que inclui também a renovação de sinagogas e cemitérios judaicos no país”.
A maior parte da comunidade judaica na Líbia emigrou para Israel a partir da década de 1930 e durante os primeiros anos após o estabelecimento do estado. Na última década, Israel e a Líbia mantiveram contatos secretos através do Ministério do Exterior e do Mossad.
Fontes oficiais do governo líbio disseram à agência de notícias Associated Press que a possibilidade de normalização entre Israel e a Líbia foi discutida pela primeira vez durante uma reunião entre al-Dbeibeh e o diretor da CIA, William Burns, durante a sua visita a Trípoli em janeiro.
Segundo a fonte, Burns sugeriu que o governo do primeiro-ministro se juntasse aos quatro estados árabes que já haviam normalizado as relações com Israel como parte dos Acordos de Abraham mediados pelos Estados Unidos em 2020. O primeiro-ministro líbio deu a sua aprovação inicial, mas estava preocupado com a reação do público, dado o seu apoio aos palestinos.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Ynet
Fotos: Wikimedia Commons
No artigo “Ministra Líbia é suspensa depois de se encontrar com israelense”, foi escrito que Ronen Levi, Diretor-Geral do Itamaraty também esteve presente na reunião. No entanto, Ronen Levi é Diretor do Ministério das Relações Exteriores de Israel.
O Brasil não teve participação alguma nisso. Ainda me envergonho que o atual presidente brasileiro tenha convidado o ditador Muammar Gaddafi para visita oficial ao Brasil, assim como convidou o ditador iraniano Mahmoud Ahmajinejad, e mais recentemente tem mantido laços com Ebrahim Raisi.
Triste a politica de relações exteriores do Brasil!
Sergio Dratwa
O antissemitismo e o antisionismo devem ser extirpados da face da Terra para todo o sempre.