Milhares protestam em Tel Aviv contra novo governo

Milhares de pessoas se reuniram na praça Habima, em Tel Aviv, na noite de sábado em uma manifestação realizada pelo Movimento pela Qualidade do Governo.

A manifestação visava principalmente a coalizão de governo de direita e sua blitz legislativa para aprovar uma série de leis controversas, entre elas a “Lei Deri”, que permitiria ao presidente do Shas, Arye Deri, servir como ministro, apesar de sua condenação anterior por delitos fiscais.

Entre os políticos proeminentes que compareceram ao protesto incluíram o ex-chefe de gabinete das FDI e político , Moshe (Boogie) Ya’alon  e o ex-general das FDI, Yair Golan.

O líder do Movimento pela Qualidade do Governo, Eliad Shraga, fez um discurso de abertura, dizendo: “Eles estão prestes a mudar o DNA do Estado de Israel para sempre e transformá-lo de um país secular, onde há liberdade de culto, o que significa liberdade de religião, em um país religioso, messiânico, fundamentalista, khomeinista, onde a ortodoxia está ditando o estilo de vida para nós, os seculares.

“País khomeinista” é uma referência ao Irã, onde os cidadãos protestaram fortemente contra o regime islâmico. Os protestos foram desencadeados pelo assassinato de Mahsa Amini nas mãos da “polícia da moralidade” depois que ela foi presa por usar o hijab de forma errada. Amini tornou-se um símbolo dos protestos que buscam derrubar o regime religioso extremista.

Shraga continuou dizendo: “Filhos das trevas, pessoas maliciosas, criminosos condenados e condenados em potencial assumiram o governo de Israel e atualmente estão fazendo uma terapia de conversão agressiva e brutal à democracia em Israel para a corrupção e não para criminosos corrompidos”.

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Aludindo ao famoso discurso de Winston Churchill durante a Segunda Guerra Mundial, Shraga concluiu: “Lutaremos no mar e no oceano… e com força crescente no ar. Defenderemos nossa ilha democrática liberal, custe o que custar! Lutaremos nas praias, lutaremos nos locais de desembarque, lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nos morros e nunca, nunca nos renderem0s. Juntos até a vitória!”

Em seu discurso, Moshe Ya’alon criticou Netanyahu: “Nos últimos cinco anos ele, Netanyahu, começou a sacrificar os interesses do estado em muitas áreas para se salvar, uma grande vergonha.”

Os manifestantes carregavam cartazes com slogans criticando as declarações da nova coalizão, como: “Governo de gangsters”, “Deri indigno de ser ministro”, “Pare com a corrupção” e “A cláusula de anulação vai te machucar!”

Um manifestante carregava uma placa mostrando uma foto do primeiro-ministro designado Netanyahu com a inscrição: “assassinato de Rabin em 1995 – assassinato da democracia em 2022”.

Fonte: The Jerusalem Post
Foto: The Advocacy Project (Flickr)