Lufthansa proibiu judeus de embarcar em voo
Um grupo de judeus ortodoxos americanos está exigindo um pedido de desculpas da Lufthansa depois que foram expulsos de um voo de Nova York para Budapeste na semana passada.
Os passageiros dizem que todos os judeus ortodoxos identificáveis foram impedidos de embarcar em um voo de conexão em Frankfurt, na Alemanha, porque alguns passageiros não teriam cumprido os regulamentos de uso de máscara na primeira etapa do voo.
Em um vídeo feito por um passageiro, um supervisor da Lufthansa é visto dizendo que “todo mundo tem que pagar por alguns”, acrescentando: “São judeus vindos do JFK. Os judeus que fizeram a bagunça, que criaram os problemas”.
O vídeo, divulgado pela pelo site de viagens Dan’s Deals, foi postado no YouTube e no Instagram. As imagens, borradas porque é ilegal gravar alguém sem seu consentimento na Alemanha, foram retiradas do ar por violar as políticas de discurso de ódio do YouTube e do Instagram.
Os passageiros também foram proibidos de comprar outra passagem para Budapeste por 24 horas.
Os viajantes judeus faziam uma peregrinação anual para visitar o túmulo de Yeshayah Steiner, um rabino milagroso que morreu em 1925 e está enterrado no nordeste da Hungria.
De acordo com a Dan’s Deals, entre 135 e 170 judeus estavam no voo, 80% dos quais usavam roupas hassídicas. “Se você sente que tem que punir os indivíduos que não cumpriram, tudo bem”, disse o passageiro judeu Usher Schik. “Mas você não pode punir um grupo inteiro só porque todos nós somos parecidos”. Schik disse que havia vários grupos no voo e que a maioria das pessoas não se conhecia.
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De acordo com um comunicado da Lufthansa, havia um grupo maior de passageiros que “se recusaram a usar a máscara obrigatória a bordo”.
“Por razões legais, não podemos divulgar o número de pessoas envolvidas no incidente”, disse o comunicado, obtido pela Dan’s Deals.
“A Lufthansa continuará a cumprir todos os requisitos legais, incluindo a obrigatoriedade de máscara imposta pelo governo alemão e pelos países atendidos. Fazemos isso sem preconceitos e com o bem-estar de todos os nossos passageiros”.
Schik disse que quando chegaram a Frankfurt vindos do Aeroporto JFK, os passageiros do voo foram recebidos por dezenas de policiais que esperavam no portão.
De acordo com a Dan’s Deals, um indivíduo chamado Max Weingarten conseguiu embarcar no avião para Budapeste porque estava vestindo uma camisa polo preta e não parecia um judeu hassídico.
Weingarten, que viajou na primeira classe, disse que não estava usando máscara no voo de JFK para Frankfurt, que ninguém lhe pediu para usar máscara e a comissária de bordo não estava de máscara.
Eli Miesels, que usava um boné de beisebol e conseguiu embarcar no avião para Budapeste, disse à Dan’s Deals que o embarque foi o mais rápido do que ele jamais viu. Miesels disse que o avião para Budapeste só decolou com 20 passageiros, embora tivesse capacidade para acomodar mais de 190.
Schik também disse que o comandante deixou o portão “como se fosse uma zona de guerra”. “Ele não queria dar a ninguém a chance de embarcar no voo”, disse Schik.
Schik acrescentou que um atendente no portão lhe disse que a ordem para proibir os judeus do próximo voo veio do comandante do avião e acrescentou que teve “sorte” porque conseguiu remarcar outro voo para Budapeste, apesar da proibição de 24 horas.
Ele disse que, já em Budapeste, conversou com outros judeus que voaram para Viena e pegaram um ônibus para a Hungria depois de serem expulsos do voo da Lufthansa.
Schik disse que, no mínimo, a Lufthansa deveria oferecer um pedido de desculpas e dar mais informações sobre o que aconteceu. “Há pessoas que são responsáveis por isso”, Schick. “É definitivamente antissemitismo”.
O rabino David Zwiebel, da Agudath Israel of America, escreveu uma carta ao CEO da Lufthansa, Carsten Spohr, pedindo que o incidente fosse investigado depois de ouvir “relatos perturbadores” sobre o voo.
“As pessoas estavam sendo punidas simplesmente porque compartilhavam etnia e religião com os supostos violadores das regras”, dizia a carta.
A Lufthansa não respondeu.
Fontes: The Times of Israel e Ynet
Foto: Captura de tela
É com enorme tristeza que leio essa infeliz notícia, essa companhia certamente tem coisas mais importante a fazer que perseguir judeus. Todos já sabemos que máscara não resolve esse problema chinês .
Comentário tão discriminatorio quanto o próprio episódio de discriminação aos judeus!!!
O problema não é um vírus chinês.
Novas cepas apareceram em todo o mundo!
E há doenças que surgiram no Brasil, como a Zika.
Devem proibir brasileiros de viajar?
Clarissimamente a máscara funciona!
Vamos pedir ao seu médico que quando vc for submetida a uma cirurgia, ele não utilize máscara??