Knesset vota contra a criação de estado Palestino
O parlamento israelense (Knesset) aprovou, por esmagadora maioria, na noite de quarta-feira, uma resolução que rejeita o estabelecimento de um estado Palestino.
A medida foi proposta pelo parlamentar Ze’ev Elkin, do partido Nova Esperança-Direita Unida e determina a posição da Knesset sobre o estabelecimento de um estado Palestino a oeste do Rio Jordão.
A resolução, aprovada por 68 a 9, foi copatrocinada por partidos da coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, juntamente com partidos da oposição, e recebeu apoio do partido Unidade Nacional, de Benny Gantz.
Os deputados do Yesh Atid, partido do líder da oposição Yair Lapid, deixaram o plenário para evitar apoiar a medida, embora ele tenha falado a favor de uma solução de dois estados. Os únicos a apoiar a resolução foram os legisladores dos partidos Avodá, Ra’am e Hadash-Ta’al.
A iniciativa foi aprovada poucos dias antes da visita de Netanyahu aos EUA para discursar em uma sessão conjunta do Congresso e se encontrar com o presidente Joe Biden na Casa Branca.
Em fevereiro, a Knesset aprovou uma resolução apresentada por Netanyahu rejeitando o estabelecimento de um estado palestino, mas essa moção abordou especificamente o estabelecimento unilateral de tal estado, após relatos de que outros países estavam considerando reconhecer um estado palestino na ausência de um acordo de paz com Israel.
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Esta resolução rejeita totalmente o estabelecimento de um estado palestino, mesmo como parte de um acordo negociado com Israel.
“A Knesset se opõe firmemente ao estabelecimento de um estado palestino a oeste da Jordânia. O estabelecimento de um estado palestino no coração da Terra de Israel representará um perigo existencial para o Estado de Israel e seus cidadãos, perpetuará o conflito israelense-palestino e desestabilizará a região”, declarou a resolução.
“Será apenas uma questão de pouco tempo até que o Hamas tome o estado palestino e o transforme em uma base de terror islâmico radical, trabalhando em coordenação com o eixo liderado pelo Irã para eliminar o Estado de Israel”, prossegue. “Promover a ideia de um estado palestino neste momento será uma recompensa para o terrorismo e só encorajará o Hamas e seus apoiadores a ver isso como uma vitória, graças ao massacre de 7 de outubro de 2023, e um prelúdio para a tomada do islamismo jihadista no Oriente Médio”.
A votação não tem significado legal e é declaratória. No entanto, ocorre em um momento delicado, pouco antes da viagem de Netanyahu aos EUA e antes de uma próxima declaração da Corte Internacional de Justiça sobre a legalidade do controle de Israel sobre a Samaria e Judeia.
O próprio Netanyahu não estava presente na votação.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel e The Jerusalem Post
Foto (ilustrativa): Noam Chen (Ministério do Turismo)