Knesset entrará em recesso, apesar da guerra
A Knesset entrará em recesso do dia 28 de julho até 27 de outubro. Este é um recesso de 91 dias, que será um dos mais longos da história, junto com um recesso semelhante em 2005.
Todos os anos, o parlamento israelense (Knesset) entra em recesso desde o final de julho até depois de Simchat Torá, e a duração média das férias de verão é de 77 dias. A razão pela qual o intervalo é particularmente longo é que este ano os feriados de Tishrei (Rosh Hashaná e Yom Kipur) caem em outubro.
Embora a Knesset entre em recesso no dia 28 de julho, na prática o último dia de deliberações no plenário será no dia 24 de julho.
Tal Elovitz, ex-líder do partido trabalhista, enviou hoje uma carta ao presidente do comitê da Knesset, Ofir Katz, pedindo para encurtar as próximas férias de verão.
“Numa situação em que Israel está em guerra na Faixa de Gaza, 120 sequestrados ainda estão no cativeiro do Hamas, dezenas de milhares de famílias ainda estão fora das suas casas e a situação de segurança no norte do país ainda não foi decidida, entrar num recesso tão longo e estabelecer restrições significativas às atividades das comissões, não se alinha com a necessidade de continuar a supervisão estreita do governo pela Knesset e aos anseios do público, para quem este verão é diferente de qualquer outro”.
Durante o recesso, o plenário da Knesset reúne-se apenas para algumas discussões. Os comitês estão autorizados a realizar debates durante o recesso mediante aprovação do comitê da Knesset, geralmente até sete reuniões, mas o comitê da Knesset pode aumentar o número de reuniões permitidas durante o recesso. No período do recesso, os projetos de leis dos deputados não são tramitados no plenário e não há propostas em pauta.
LEIA TAMBÉM
- 01/07/2024 – EUA aumentam nível de alerta terrorista
- 30/06/2024 – Avião da El Al faz pouso de emergência na Turquia
- 04/04/2024 – Knesset realiza última sessão antes do recesso
Durante o recesso é ainda mais difícil derrubar qualquer proposta porque são necessárias pelo menos 61 assinaturas, o que pode ser inviável. Além disso, pode passar algum tempo entre a apresentação do pedido e a discussão e votação no plenário e, assim, a coalizão pode tentar pressionar os deputados para retirarem a sua assinatura.
“Durante o recesso, as ferramentas parlamentares à disposição dos membros da Knesset para monitorar o trabalho do governo são significativamente reduzidas”, escreveu Elovitz.
Ontem, o partido Yisrael Beitenu, liderado por Avigdor Lieberman, apresentou uma exigência ao presidente da Knesset, Amir Ohana, para cancelar as férias de verão. “O parlamento não tem direito de sair de férias enquanto nossos soldados perdem suas vidas. Três meses de férias no período mais difícil da história do país é uma vergonha, uma vergonha. Transcende o momento que vivemos”.
O Yisrael Beitenu fez um apelo semelhante no recesso anterior, em abril, quando o comitê da Knesset decidiu aprovar as férias de Pessach. A conduta em torno do recesso anterior, foi acompanhada de um escândalo, quando os representantes das famílias dos sequestrados que participaram na audição da comissão gritaram, juntamente com alguns membros da Knesset: “Vergonha, vergonha, vergonha”, após a aprovação da proposta de recesso.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Calcalist e Walla
Foto: Revista Bras.il