Itamaraty põe sigilo de 15 anos à viagem para Israel
Texto: Raphael Branco (colaborador no Rio de Janeiro)
O Ministério das Relações Exteriores colocou em sigilo por 15 anos, todas as informações a respeito da viagem da comitiva brasileira para Israel, que teve como principal objetivo conhecer o medicamento EXO-CD24. Ainda de acordo com o Itamaraty, nenhum acordo de cooperação foi assinado entre os dois países.
No documento enviado pelo novo ministro das Relações Exteriores, chanceler Carlos França, para deputados que solicitaram detalhes sobre a viagem realizada no dia 6 de março, a pasta afirma que os 28 telegramas diplomáticos estão sob Termos de Classificação de Informação. Isso quer dizer que o conteúdo desses materiais só será revelado publicamente entre os anos de 2026 e 2036.
Na época, integrantes do governo visitaram os laboratórios do hospital Ichilov, em Tel Aviv, responsável pelas pesquisas do spray nasal chamado EXO-CD24. Segundo o governo, houve um acordo de cooperação para que o Brasil participasse do desenvolvimento do medicamento (fases 2 e 3), após aval da Anvisa e da Comissão Nacional de Ética.
LEIA TAMBÉM
- 10/03/2021 – Comitiva brasileira encerra viagem a Israel
- 08/03/2021 – Netanyahu se reúne com chanceler brasileiro
- 08/03/2021 – Brasil e Israel assinam acordo de cooperação
Agora o Itamaraty afirma que um documento oficial não foi assinado. “O projeto da carta não teve sua celebração completada, uma vez que não foi assinada pelo representante do Ministério da Saúde e não chegou à troca de instrumentos entre os signatários, conforme prática de negociações internacionais”, afirma o texto assinado por Carlos França.
Outro fato mencionado pelo Itamaraty foi sobre as propostas de acordos com o Instituto Weizmann, um dos maiores centros de pesquisa do mundo. O relatório revela que “não há registro da assinatura de instrumento com o instituto”, apesar da postura do Ministério da Ciência e Tecnologia.
A comitiva brasileira a Israel contou com o ex-chanceler Ernesto Araújo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PLS-SP) e outros representantes. Ao todo, a viagem teve um custo de R$ 88 mil aos cofres públicos, além do transporte, que foi feito no avião da Força Aérea Brasileira. Parte dos gastos foi arcada pelo governo de Israel.
Fontes: Uol, Agência Brasil
Foto: Itamaraty (via Twitter)